terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Dança das palavras

Há algum tempo não venho aqui, quase 10 dias. Para mim, parece um mês. A verdade é que eu não sei o que está acontecendo. Às vezes acho que mudei, que perdi todo o talento que consegui construir, não sei. Acho que passou. O que passou, não sei. Talvez a tristeza, talvez o amor, talvez a dor, a vida passou. Muita coisa mudou, e continua mudando. Se eu mudei, não sei. O amor mudou, e a vontade de viver também. Às vezes acho que mudei, mas então a vida vem e me mostra que continuo a mesma boba que não consegue esquecer. Mas só o que posso dizer é que sinto falta. Sinto falta disso aqui. Sinto falta das palavras saírem sem controle, dançarem pelos meus dedos e criarem um texto. Mas o que se pode fazer, não é? As coisas estão tão diferentes. Tudo está tão mais calmo, o silêncio está tão mais silencioso que antes. O amor está tão mais longe de mim. Tão longe que não consigo, nem quero falar sobre ele. E talvez seja isso: eu tenho mais do que falar. Não tenho mais do que reclamar. Consegui botar na minha cabeça e dizer ao meu coração que não ia mais sofrer, mas para isso, tive que deixar de fazer uma das coisas que mais amo fazer no mundo. Escrever. Tenho tanto orgulho de tudo isso aqui, de todos esses textos, de todos esse poemas, desabafos, histórias. Desse amo que fui despejando aqui, dia-a-dia, e que construiu aqui um cantinho só meu. Um cantinho que tem tudo o que preciso, um cantinho que tem todas as minhas memórias, que abriga todas as minhas dores, minhas lágrimas, meus desabafos. É tão ruim ver que não consigo mais despejar tudo aqui, é tão ruim ver que não tenho mais o que despejar aqui. E, olhe o que estou falando. Reclamando de não ter do que reclamar.
Mas a vida é assim mesmo, não é? Ela vai nos livrando de tudo e de todos, até que seja só nós mesmos e nos faz assim entender que é só disso que precisamos: de nós. Não preciso de alguém para desabafar toda semana, nem de alguém para fazer um curativo nas minhas feridas. Eu consigo sozinha. Agora, eu consigo. E eu acho que isso é crescer. Crescer não é só arrumar um trabalho e a própria casa, nem ter o próprio cartão de crédito e poder dirigir. Crescer é conseguir ver que, embora você tenha tudo, não precisa de nada. Acho que cresci. Mas nem sequer consigo dizer se isso é bom. Não é bom depender dos outros, mas também não acho bom ter que deixar tudo. E mesmo que eu não tenha que deixar tudo, não é mais a mesma coisa. As palavras não dançam mais. E sem as palavras, quem sou eu? Não me sinto ninguém, me sinto imprestável. Mas enfim. Enfim. 
A vida segue levando as palavras, e nós atrás, tentando acompanhá-las na dança que é a vida. Às vezes caímos, mas sempre nos levantamos. Sempre. 
E é isso. Espero que essa dança volte aqui para alguns passos (ou textos) de amor, de dor, do que quer que seja. Apenas espero que minhas palavras me tragam aqui de novo. E não me abandonem. 

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Nunca é tarde

Queria escrever algo belo. Queria escrever o quanto o amor é lindo, ou o quanto é bom viver feliz para sempre. Mas eu não sei mais se acredito nisso. Também não quero escrever sobre minhas decepções, descrenças, desamores, despedidas, dúvidas. Não quero falar de tristeza. Não quero falar sobre o quanto as coisas são complicadas ou sobre o quanto me odeio as vezes. Quero falar sobre o quanto as coisas são bonitas sendo simples, sendo só aquilo e nada mais.
Você já tentou pensar assim? Pensar que as coisas são só o que são e aí que estão a beleza delas? Há quanto tempo você não olha para as estrelas sem procurar por um sonho seu em uma delas? Há quanto tempo você não olha o horizonte sem pensar quanto tempo demoraria para chegar até o seu amor? Há quanto tempo você não esquece tudo e simplesmente dança? Há quanto tempo não tenta ser feliz?
Sabe, a vida é difícil, não vou negar. A vida é complicada. Tem muitos caminhos e você tem que escolher um, tem muitas pessoas e você conhece exatamente a que não devia ter conhecido, tem muitas palavras e nem sempre sabemos qual usar. Exatamente como agora. Como descrever a vida em uma palavra? Eu disse que a vida é complicada, mas você já tentou ver a vida de uma forma simples alguma vez? Já tentou esquecer as coisas que te fazem mal alguma vez só pra deixar um sorriso tomar seu rosto? Já tentou esquecer um pouco as coisas tristes que você vê todos os dias nas ruas, na tevê, ou mesmo dentro da sua casa só pra tentar ser feliz? Você já tentou ser feliz hoje?
Geralmente nos perguntam se já fizemos alguém sorrir hoje, mas, você já quis fazer-se sorrir hoje? Eu sei que sorrir é difícil, eu sei. E por saber, eu digo: você quer sorrir? Seja sincero consigo mesmo. Você já tentou ser feliz hoje? E amanhã? Nunca é tarde. Não importa onde você esteja, em que situação esteja, o que esteja fazendo. Eu sei que parece um pouco amplo demais, mas, eu acredito que todos podemos ser felizes, é só deixar a felicidade entrar em nós. E isso é bem mais simples do que a maioria imagina.
Então seja simples. Simplicidade talvez seja a palavra chave. Quando quiser chorar, sorria. Se pensar em desistir, em sangue, em morte, viva. Vá viver, vá ver o sol, vá ouvir músicas que te deixe feliz, vá dançar, vá sentir o vento bater no rosto. Vá viver. Não fique aí, no canto, tão fechada. Abra-se, deixe a felicidade entrar, porque eu falo sério, ela entra. Não bloqueie a felicidade no seu coração, tire ao menos um pouquinho da tristeza e deixe a felicidade entrar, e então verá. Verá o quanto a vida pode ser linda. "A beleza está nos olhos de quem vê."

Espero que seus olhos consigam ver algo de bonito neste texto.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Nas estrelas


Ando feliz. Sorrio quando dá, dou uma choradinha de vez em quando (por que negar?), mas ando bem. Ando pulando por aí, dançando. Sempre procurando um par, mas entendi que algumas danças não se dança de dois - e mesmo assim é bom. Ainda tenho a vontade de sumir me acompanhando quase o tempo todo, mas do outro lado há uma pequena e quase não notável vontade de ficar. E fico. Porque eu já disse que não aguentava dezenas de vezes e aguentei. Ainda bem que aguentei, porque agora estou bem, sabe, bem de verdade.
Já passei pela fase de me apoiar nos outros (e esta durou), pela fase de ser apoio (e pesou) - e assim repetidas vezes. Mas há pouco me desapeguei de todos. E desapego é bom, não é? Liberdade é bom, e me faz bem. Me faz bem saber que posso fugir, mas que também posso ficar, entende? E também é bom quando os olhos se acostumam com o escuro e se pode ver melhor as coisas mesmo sem o sol brilhar.
"Se choras pro ter perdido o sol, as lágrimas não te permitirão ver as estrelas."
É excepcionalmente bom ver que posso viver sem o sol. Porque as estrelas estão aí, todas as noites. E pensei em escrever que assim como algumas pessoas vivem com pouca comida, eu vivo com pouca luz, mas achei a comparação um tanto hipócrita. As estrelas brilham. E espero que as estrelas não me abandonem.
Estrelas são tudo o que me resta.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Hoje
vim pra longe
das coisas
das lembranças
do desejo e das lágrimas
que moram la em casa.

Hoje
eu viajei
arrumei as malas
e trouxe o menos que pude
para ter menos bagagem;
menos você.

Hoje
torci para ir longe
voar alto
para deixar de amar
e conseguir jogar meus sonhos
pela janela.

Mas hoje
onde estará você?
na janela da frente do meu apartamento?
na multidão que invade as ruas?
na buzina dos carros?

Pois hoje estou aqui!
pensando ter deixado você em casa
sendo que você sempre andou comigo
na multidão;
nas ruas;
nas buzinas...

No meu coração.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Te espero

Quando digo que vou te esperar, quero dizer que vou estar aqui até não sei quando. Quando digo que vou te esperar, não quero dizer que esperarei até amanhã, ou depois, mas até um futuro imprevisível. Quando digo que vou te esperar, quero te esperar não só para sorrir amanhã, mas para sorrir a vida toda. Eu quero te esperar para a vida, se for preciso. Quero seguir em frente, quero te encontrar por aí. Quero esbarrar me você "sem querer", quero beijar você sem pensar, quero ter você e ser sua. E espero. Sei que espero, sei que posso e por você, espero.
Te espero porque sei que és meu sol, e o sol sempre volta a brilhar.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Querido,

estou indo dormir agora
e não tenho previsão
(nem vontade)
de quando acordarei novamente.

espero que nesta longa noite de sono
dê tempo de você sentir falta
e vir me acordar.

resolvi dormir porque dói acordar todo dia
sabendo que ontem
você não apareceu.

e talvez doa mais ainda
saber que você não vai aparecer hoje
nem amanhã
nem depois.

mas por teimosia
eu insisto em te esperar,
em te escrever versos bobos
e em me fantasias de branca de neve (só esperando pelo seu beijo).

espero sinceramente
que você venha me acordar
e não me decepcione
(mais uma vez).

e por favor
se você vier
deixe uma prova
de que isso não foi só mais um sonho.

boa noite.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Montanha-russa particular

A vida tem dado voltas e voltas. Fico tonta e por muitas vezes peço para parar. Perco o controle. No final, sempre paro no mesmo lugar. Não tenho conseguido entender o que está acontecendo. É muita gente indo embora, mas ao contrário das outras vezes, eu não ligo. Não tenho medo de ficar sozinha. Não tenho medo de passar o meu intervalo escolar sentada em algum canto ouvindo minha música, não tenho medo de não receber abraços nem bom-dias. E eu me sinto culpada às vezes, por não correr atrás, por não tentar melhoras as coisas, por não tentar me melhorar. Mas eu não tenho vontade nem paciência, nem tempo. Prefiro dormir, chorar, escrever, ler, ouvir música, olhar o céu, rir sozinha.
Queria que as pessoas entendessem que as coisas passam. As coisas acabam e às vezes é de um dia pro outro. As pessoas somem, te deixam, mentem, te iludem e te desiludem rápido demais. As pessoas não são confiáveis. Mas ninguém quer entender que as coisas acabam um dia, ninguém aceita. Sempre querem consertar, arrumar aqui e ali, remendar. Só que ser costurado em uma pessoa não é bom. E está me machucando, embora eu diga que não.
A verdade é que eu me sinto um monstro. Me sinto um monstro por entender o que eu nunca quis entender. Eu já disse milhões de vezes que as pessoas vão embora um dia, quebram promessas e esquecem memórias. Mas eu estou fazendo isso. Afinal, tornei-me exatamente o que eu disse que não me tornaria? Afinal, estou deixando exatamente quem eu disse que não deixaria? Talvez eu queira atingi-lo, mostrar que eu também posso, eu consigo ser má, ser feliz e não ligar para os outros. Eu consigo ir embora sem ficar triste, eu consigo ouvir rock no último volume para abafar a minha vontade de gritar o quanto odeio tudo isso aqui. Eu posso ser como você.
Afinal, sou.
Só resta pedir desculpas aos que sofrem com isso. Desculpas é pouco. Queria remendar as promessas e me agarrar em vocês. Espero não magoá-los tanto quanto um dia outro alguém magoou-me. Mas sei que não. Eu sou só uma amiga, nunca cheguei a ser um amor. Espero que eu não os faça ser maus, que eu não os faça ficar indiferente aos outros, não os deixe triste. Espero que eu não os faça ouvir rock no último volume para abafar a vontade de gritar o quanto odeiam tudo isso aqui. Não quero que se tornem como eu. Basta deixar as coisas acontecerem: abrir as asas e deixar o vento me levar. Desculpem-me, mas como já diz o primeiro passo de 'Ajuda para pássaros que perderam/esqueceram as asas': "Para voarmos, temos de ser leves. Então, para começar, tira tudo isso de dentro de você, e apenas sorria." Eu precisei tirar algumas coisas de dentro de mim. 

sábado, 19 de novembro de 2011

Não quero rimar
porque das minhas pobres rimas
saem palavras
vazias.

Não quero rimar
porque eu não rimei com você
porque nós não nos encachamos
porque nossos nomes não combinaram
ou combinaram?

Não quero rimar
porque amor já rima com dor
liberdade com felicidade
e eu não rimo com nada.

Com quem você rima?
Queria conseguir fazer rimas
com você
e comigo também.

Queria que o amor
não rimasse só com dor.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O dia em que ele se foi para nunca mais voltar

Ele disse que iria embora, que nunca voltaria. Afirmou algumas vezes que era melhor eu esquecê-lo logo, pois ele já o tinha feito. No começo, duvidei. Duvidei porque construímos algo muito forte, porque nos amamos, porque choramos e sorrimos juntos. Duvidei porque ele prometeu nunca me deixar, porque ele nunca se importou de vir em minha casa de madrugada só para me dar um beijo de boa noite, duvidei porque nunca consegui duvidar que era ele. Era pra ser ele.
Mas percebi que era tudo verdade quando ele me deixou cair no chão, quando ele não secou minhas lágrimas - que caiam descontroladamente. Entendi que realmente tinha acabado quando ele pegou algumas roupas que tinha deixado em minha casa e quando botou o nosso anel de compromisso em cima da mesa. "Isso aqui, não significa mais nada. Nada."
Entendi que ele nunca mais ia voltar quando bateu a porta e não olhou para trás quando falei seu nome a última vez caída na escada. "Entenda que não há mais nada entre nós. Nada. Não há nada seu em minha casa e nada meu aqui. Eu sou eu, você é você. Não há mais um nós. Apenas aceite isso e não venha atrás de mim, não irei parar mais um minuto da minha vida por você." Ele não iria mais voltar.
"Espero nunca mais me lembrar de nada disso. Espero esquecer seu rosto, seu cheiro e seu jeito. Não quero me lembrar da sua casa, nem do seu carro. Não quero me lembrar de você, mas, caso eu me lembre, saiba será só isso: uma lembrança. Você não possui mais nenhum sentimento meu."
Mas depois ainda, percebi que havia muito entre nós. Haviam muitas lembranças e nada poderia apagá-las. Eu sei que ele vai se lembrar, uma hora ele vai se lembrar. Compartiremos a mesma lembrança, juntos. Pois ele pensará as vezes, e eu pensarei o tempo todo, para sempre e sempre.

domingo, 13 de novembro de 2011

A vida é para quem enfrenta, e eu fugi.

Há pouco tempo perdi o mundo. Perdi meu quarto, perdi meu cachorro chamado Ringo e minhas músicas favoritas. Perdi minha vida e perdi você. E sabe, não dói. O que dói é ter que ficar tentando fugir da vida. Mas ainda é mais difícil vivê-la.
A vida é para os fortes, a vida é pra quem aguenta sorrir apesar das dificuldades, a vida é pra quem sabe como amar, ou para quem não ama. A vida não é para mim. A vida é para quem enfrenta, e eu fugi.
Geralmente quando cometemos erros somos impedidos de dar conselhos, de tentar ajudar. Mas eu nunca entendi isso, porque os que mais erram são os que mais aprendem, não é? E por isso eu venho-lhes pedir algo. É só um conselho, é só uma mão para os que estão caindo. Vocês podem muito bem escolher se querem segurar firme ou continuar caindo. Mas lembrem-se: se segurar, seja firme. A vida é para os que seguram firme.
Não deixem a vida abalar vocês. Não me julgo boba, mas nem inteligente. Se estais aí, viva. É o presente, e ele só acontece agora. Eu passei minha vida me lamentando que o passado não volta, o passado não vem, e tudo isso porque quando eu estava no passado, eu não soube perceber o quanto devemos ser felizes por estar no presente. Percebi, então, que devemos ser felizes e sorrir no presente. Agora. Sorria agora, você. Tenho certeza que es firme, forte, você só precisa sorrir. Sabe o que eu aprendi? Que ninguém aprende a amar. Não se sinta fraco por não saber sentir seu amor, moldá-lo. O amor é assim mesmo. Faz viver, matar ou morrer. Eu morri.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Se sustentava nas pontas dos pés,
com um sorriso no rosto.
Mãos delicadas,
cabeça erguida
deslizava no ar,
sobre o amor
e a dor
que sempre a leva ao chão.
Uma pirueta,
um salto;

Você percebe como ela parece flutuar?
Pois ela
só vê seu corpo jogado no chão,
ao sangue derramado na noite de ontem.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Novembro

Novembro.
Penúltimo mês do ano para minha última esperança de um dia ainda tê-lo.
No vem bro.
Vem de nove, mas eu adapto para novo.
Recomeçar, tentar mudar, preparar o novo para o ano que vem.
Novembro é mês do que?
Outubro foi o mês da nostalgia.
Em novembro vou recomeçar e prometo fazer melhor.

Lista de afazeres para novembro:

  • escrever mais
  • sorrir mais
  • dançar mais
  • esperar mais
  • esperançar mais

Parece difícil e é, mas ninguém disse que ia ser fácil.
Mas novembro vai me fazer feliz,
eu sinto.
Novembro me trará novas lembranças
encherá meu coração de amor.
Um novo amor.

No vem bro.
Ele vem, novembro já me diz.
Quem sabe suas pernas já sintam vontade de correr,
quem sabe nesse feriado ele abra a caixinha de lembranças.

Que novembro me traga tudo o que esse ano já me levou.
Obrigada, novembro.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

"não sabemos se ela vai estar viva ainda"

Quem ficou
Andava e não sabia para onde ia e nem de onde vinha. “Afinal, de onde eu vim?” A ultima coisa de que se lembrava bem era o momento em que havia o encontrado. Era como ter começado a vida, como se tivesse acabo de nascer, e quem sabe, tivesse mesmo, dizem que nossa vida recomeça todos os dias.
Não sabia se devia sorrir por ter acontecido ou chorar por ter acabado. Seu lado otimista já havia ido embora há alguns meses, junto com a vontade de sorrir que um dia liderou seu corpo. Contudo, sabia que o certo mesmo era ir atrás dele, e mostrar que tudo o que precisava era dele ao seu lado. Pois afinal, era isso e sempre seria isso. Esse lugar vazio em seu coração só podia ser preenchido por ele.
E embora o coração a puxasse e suas pernas desejassem correr até o menino que a fez nascer novamente, ela já não podia. Será que os surdos também sentem vontade de ouvir, às vezes? E ela não foi. Não foi porque já seguiu seu coração um milhão de vezes e até hoje não realizou o seu maior e mais desejado sonho. Ela queria alguém, ela queria ele. E sabia que seu coração poderia lhe dar.
E como sempre, só restou chorar, deixar ir, cair, sangrar. Já que diziam que ele ia voltar, ele ia voltar. Ela não podia ser a menininha iludida de antes nem sequer mais uma vez? Antes era bem mais fácil.
Mas quando o coração é quebrado, ele nunca mais volta a ser o mesmo. Há cicatrizes que nunca somem, e às vezes o tempo é pouco para conseguir esquecer.

Quem se foi
Parou por um instante e perguntou o que estava acontecendo. "Afinal, o que está faltando?" Não conseguia se lembrar de ter perdido algo. E na verdade, realmente não tinha perdido. Foi ele que a deixou. É fácil simplesmente recomeçar e deixar as pessoas para trás? É fácil seguir por um caminho diferente sem dizer nada, sem olhar para trás? Sempre é mais fácil ir embora sem dizer tchau, despedidas são uma merda.
Por que aquela vontade de chorar de repente? Por que aquele vazio dentro dele? Pois algo está faltando, não está?
Quem sabe, querido, se você reservar meia hora do seu dia para ver fotos antigas de amores antigos que nunca mais voltarão? Ela faz isso todos os dias. Quem sabe se você parar pra pensar nas promessas que um dia já fez? Garanto que se sentirá culpado. "Eu nunca vou te deixar." Que rápido as pessoas esquecem, não é? Mas ela se lembra de você.
Por que ele mudou tanto, por que ele teve de se tornar forte e maduro? Pode ter certeza de que há uma menina que, embora finja-se de forte e madura, só quer braços que a segurem enquanto chora. Só quer os braços dele, o menino brincalhão e bobo que um dia ela conheceu.
Mas sabe qual é o problema? Ele não sabe. Ele não tem a menor ideia de que, em algum lugar, há uma vida em prol dele. Há lágrimas, há dias, há sorrisos falsos, há sangue, há muito amor, por ele. Ele não sabe. E embora ele sinta, sinceramente, não adianta nada. Porque todos os dias deixamos muitas coisas para trás, e ele ainda não entendeu que há mais de um ano atrás deixou alguém que ele mudou a vida.
E então ele pode sentir vontade de correr, suas pernas podem sair por aí sozinhas, mas ele nunca saberá porque nem para onde vai. E então apenas sentará e mudará os pensamos, tomará um comprimido e dormirá até esquecer de tudo. No dia seguinte pode ocorrer o mesmo fato, mas e daí. No outro dia não sabemos se ela vai estar viva ainda.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

"Mas, e eu?"

Pendurei meus livros em árvores e disse para mim mesma que deixaria de lê-los por algum tempo.
A questão é que eu fujo de mim, eu faço desencontros. O problema é que cansei de mim e desse meu amor incompleto. Cansei desses chorinhos e dessa falsa alegria. Cansei de me forçar a ser feliz. Meus sentimentos são enormes e pesados. Eu tento fingir para mim mesma que são só bobeiras, todos os dias rio das coisas que eu queria chorar, tentando enganar o meu psicológico que nada disso existe. E só consigo ver que finjo muito mal. 
Esqueço de mim para ajudar os outros e depois choro pelos cantos, e isso já passou de ser ridículo. E então, para evitar essas "percas de tempo" mergulho nos livros, durmo, sorrio. Só que para mim não há sentido em fingir que tenho algo que não tenho. Eu não sou essa menina 100% feliz que as pessoas vêm por aí. Eu tenho uma vida, e eu tenho tentado cuidar dela. Mas as pessoas não têm visto isso. E aliás, nem eu tenho visto isso. Esqueço dessa minha vida (ou que ao menos devia ser minha, mas quando algo é nosso devemos cuidar e eu não o tenho feito) para viver a vida de algum personagem escrito nas linhas de um livro.
Não está mais dando. Pendurei meus livros em árvore e parei para pensar nisso tudo. Mas eu não sei o que fazer. Ajudo uma com a carência e outro com o "amor" não correspondido. Hoje mesmo me apareceu mais alguém para cuidar. Dou abraços-de-consolo de vez em sempre, estou sempre tentando deixar todos bem. Mas, e eu? Eu estou aqui, esquecendo de mim. Nem sei mais se existo ou se sou só uma cadeira de apoio.
Então, eu não sei mais o que fazer porque.... Espere. Estão precisando de mim. 

sábado, 15 de outubro de 2011

"Todos nós somos iguais, ou ao menos devíamos ser."

Não consigo mais me ver vivendo em uma sociedade, pois sociedade é composta de seres humanos e eu não vejo humanos em minha volta. Um ser humano é alguém com educação. Ser humano é alguém que respeita os outros, alguém que respeita o próximo, e ninguém respeita mais nada aqui.
As pessoas julgam os outros pela aparência, pelas roupas, belo cabelo, pelas unhas. As pessoas se acham superiores, acham que são melhores por gostarem de tal coisa, por escutarem tal música, por falarem de tal forma e por morar em tal cidade. Um bate no outro pela opção sexual, ou pela crença religiosa, mas todo mundo só consegue mesmo é se rebaixar cada vez mais.
E eu? Eu que sou a ignorante e a rebaixada por querer paz, eu sou a idiota porque gosto das coisas pelo o que elas são ou fazem, e não pelo dinheiro que possuem. Eu sou uma das únicas que querem um mundo melhor? Porque todo mundo diz que quer, mas ninguém faz nada pra ser uma pessoa melhor. E não há nada que eu fale, nem que ninguém fale que consegue mudar a cabeça das pessoas ignorantes, que preferem rebaixar as coisas para se sentir superior do que respeitar, entender, aceitar os fatos como são. E afinal, quem essas pessoas acham que são? Se você diz que eu não sou ninguém, pode ter certeza que você também não é, e por isso não tem o direito de me julgar, nem julgar ninguém. Todos nós somos iguais, ou ao menos devíamos ser. Porque, sinceramente, eu não quero ser tudo isso que vejo por aí.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Daydreamer

Ele é lindo, realmente lindo. Uma vez disse que ele podia mudar o mundo, e todos olhara-me de forma assustada, mas eu nunca disse a ninguém que sim, ele podia mudar o meu mundo. E eu tento descrevê-lo, mas a única coisa que posso dizer é que ele é tudo o que eu espero.
Já me perguntaram onde posso encontrá-lo, e eu apenas disse que toda noite ele se senta nos degraus de minha casa, espera pela minha chegada e conversamos toda a noite. Ele me empresta seu casaco, mesmo quando eu digo que não é preciso. Então ele diz que está ali por mim, e eu digo que não era preciso estar ali tão tarde. Mas a verdade é que independente da hora, ele sempre está.
E então me perguntam o que tanto conversamos durante a noite. E, bom, nós inventamos passados que nunca aconteceram, nós falamos do amor e do quão é lindo o sol. Ele me diz que está ali nos degraus há horas, mas que não se arrepende. Ele diz que podia esperar a vida toda.
E ainda um dia me perguntaram o que eu faria se ele fosse embora. Eu disse que ele nunca irá, e realmente, ele nunca irá. Basta fechar os olhos que eu o encontro me esperando por horas e horas nos degraus de minha casa, dizendo que estará lá para toda a vida.

Ele é tudo o que eu espero da vida.




Minha interpretação para Daydreamer, Adele.

"mas eu vou encontrá-lo
sentado no degrau de minha porta
esperando pela surpresa
e parecerá que ele estará
lá por horas
e eu posso dizer
ele estará lá para a vida"

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Caçar borboletas nas estrelas, por você.


4h34 da madrugada. Completo silêncio, silêncio que dói, ensurdece. Ela não conseguia ouvir nem ver os ponteiros do relógio com a imagem dos Beatles no seu quarto. Como sabia que horas eram então? Ela não sabia. Sabia apenas ter sonhado que estava caçando borboletas nas estrelas gritando “Querido! Isso é por você!”. E, aliás, nem sequer sabia se havia sido um sonho ou se agora, esse silêncio que era o sonho. Preferia que isso fosse apenas um sonho, e que ao acordar estaria ainda a caçar borboletas nas estrelas por ele. Mas como saber? Piscou os olhos algumas vezes e suspirou tristemente ao saber que era tudo real.

Que texto bobo, algumas pessoas pensam. Como se elas nunca tivessem feito isso antes.

Pediu desculpa para si mesma ao perceber a situação em que estava. Xingou-o mentalmente por fazê-la passar por aquilo tudo. Mas não ousou dizer seu nome, nem nenhuma palavra, pois o silêncio era a única coisa que ela tinha e não queria perdê-lo por culpa do menino dos seus (literalmente) sonhos. E percebeu ainda, que ela perdia tempo demais e resolveu ir arrumar seu relógio.

Levantou-se pedindo, ainda mentalmente, para o silêncio não ir embora. Andou devagar, sentindo o chão frio que a segurava. Parou em frente ao relógio (ou ao menos o que ela achava ser um relógio, pois a escuridão também invadia tudo e talvez ela –ou o relógio haviam se perdido) e botou a mão sobre ele, na tentativa de achar os ponteiros. Sentiu, então, que eles estavam parados e empurrou-os para o lado. “tic tac”, ouviu. Sorriu ao ver que havia conseguido arrumá-lo, mas segundos depois culpou-se por ter feito o silêncio ir embora. Deitou-se a reclamar que conseguia estragar e fazer com que tudo o que gostava ir embora. Resolveu dormir e lembrou-se que o relógio devia estar atrasado. Sorriu ao pensar que teria mais algumas horas para dormir, sonhar ou talvez viver no mundo real. Porque ela já tinha sonhado demais este sonho naquela noite. 

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Caixinha de música

Todos precisam de um refúgio, mas nem todos o encontram. Alguns refúgios se vão, alguns dão a sorte de tê-lo sempre ali. Alguns nunca tiveram um, mas ela, sempre o teve. Ela sorri ao se lembrar de quando ganhou, de sua mãe, uma caixinha de música, que ao se abrir mostra uma bailarina a dançar na ponta. Antes era só um brinquedo, mas agora se tornou muito mais. No espelho que há dentro da caixinha, ela se olha muitas vezes e repete para si mesma que a cicatriz que vê é da velha caixinha e não da alma. Os papeis, objetos, colares, vidros e lágrimas que estão ali dentro guardam ela mesma, suas lembranças e suas desilusões. A bailarina que parece não se cansar de dançar é como seu coração: embora cansado e desgastado, ainda insiste em bater. Seu coração, assim como a frágil bailarina, vive nas lembranças de uma vida que se foi junto com todas as pessoas, com todos os orgulhos, com todos os sorrisos. E a música é como a dor. Ao abrir a caixinha, as lembranças aparecem, a dor vêm, o coração bate forte. A menina é sutil como a bailarina, e aliás, ela é uma bailarina. Mas ainda mais do que uma bailarina, ela é uma pessoa. Ela sente, ela lembra, ela chora. Vocês sabiam disso? Ela não é só uma bailarina, e muito menos uma caixinha onde você entra quando precisa de abrigo e sai quando já parou de chorar. Mas por acaso, há dias ela diz que não consegue nem sequer ser uma boa caixinha, como conseguiria ser alguém. Todos quiseram saber por que, e sabe o que ela disse? "Não consegui guardar em mim a única pessoa que realmente importou um dia, como conseguirei ser alguém e guardar a mim mesma?"

domingo, 2 de outubro de 2011

"Quem um dia conseguirá dizer que não vale a pena?"

Ele me perguntou aonde iríamos parar. "Eu não sei, eu não sei." Minhas lágrimas insistiam em sair. Ele dizia que me amava, e todos a minha volta confirmavam sem dúvida alguma. Mas será que o amor basta? "Eu não vou deixar isso acabar." Ele disse. Mas as coisas sempre acabam, independente do quão perfeitas são, porque o amor não basta. O amor não segura ninguém, o amor não faz ninguém parar.
Quando eu o encontrei, foi como encontrar a mim mesma. As pessoas dizem que o amor chega na hora certa, mas o amor não chega. Temos de abrir os olhos e tentar vê-lo, e procurá-lo, agarrá-lo. O amor não grita, o amor não chega. Ele apenas passa, ele vem e vai, e nós devemos achá-lo. Ele nunca para, devemos ir atrás, correr, ser fortes. Mas também, devemos deixá-lo ir, fugir, sumir. O amor não é nosso, o amor é do mundo. Hoje ele está aqui, amanhã pode não estar mais. E eu disse isso a ele. Era difícil para ele aceitar que um dia as coisas terminam, e para mim também já foi. Mas foi ainda mais difícil me iludir, fingir que o amor é meu, chorar até ele voltar. O amor também é surdo, e não importa o quanto gritemos, choremos, sofremos, ele não volta. 
Enchi as paredes do meu quarto de frases dizendo que o amor não é meu. Eu precisava entender. Mais uma decepção parecia ser o fim para mim. Prometi para mim mesma nunca me agarrar a nada, nem me viciar, nem jogar tudo para o alto pelo amor. O amor não junta as coisas antes de ir embora, ele não arruma, ele não deixa as coisas como antes, ele só vai. E somos nós que devemos pôr as coisas no lugar, arrumar, limpar. 
O amor não paga uma psicologa antes de ir, o amor não nos dá um amigo de brinde. E isso dói um pouco, sabe, porque o amor é muito grande. Temos que abrir espaço, temos que andar com um peso, temos que aguentar. Quando o amor chega, não devemos jogar tudo fora, porque o amor vai embora, e quando ele se vai o vazio é tão grande, mas não foi o amor que levou, fomos nós que jogamos tudo fora, ao pensar que o amor ficaria aqui para sempre. Mas o amor só vai e vem. 
E ele chorou. E é ruim ver que eu fiz as pessoas chorarem, mas a vida é assim. Também já me fizeram chorar muito, mas ninguém me ajudou. Ninguém nunca me disse o quanto o amor dói, ninguém nunca me disse do vazio, nem nada. E então eu o olhei e disse, segurando sua mão: "Mas, sabe o que é mais incrível? O amor não mata, e pelo contrário, ele faz viver. O mais incrível é que todos o procuram, mas nem todos acham. E nós achamos. Isso não é algo de se orgulhar? Nossos olhos são bons, nossos olhos são atentos. E apesar da dor, quem um dia conseguirá dizer que não vale a pena?"
Depois daquele dia, o amor nunca mais foi o mesmo. Ou melhor dizendo, eu nunca mais fui a mesma. Afinal, o amor é como nós. Quer liberdade, quer voar. Há de deixar o amor entrar em si para conseguir voar.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Quem é vivo sempre aparece, não é?

Eu tento me agarrar as coisas boas, me agarras nas alegrias e deixar que elas me levem, mas acho que estou pesada demais por culpa dessas feridas. Eu tento acreditar que tudo parece melhorar, mas todos esses sentimentos apenas estão sendo escondidos, eles não se vão, e uma hora ou outra eles aparecem. E quando aparece, dói demais. Eu passo a maior parte do tempo tentando ser feliz, mas chega uma hora que as lágrimas precisam escorrer e o coração doer. E eu espero que demore a hora de sangrar de novo. Afinal, quem é vivo sempre aparece, e essa dor está viva em mim.
Aliás, se quem é vivo sempre aparece, já está passando da hora de você aparecer. Às vezes eu acho que estou voando pela esta imensidão que é o mundo apenas tentando te encontrar. Afinal, para onde os pássaros voam? Os pássaros voam em busca do seu par, em busca de um lugar onde eles se sintam bem morando. E a minha casa sempre foi você. Mas as minhas asas estão cansando, sabe? Procurar cansa, demais. E eu tento deixar o vento me levar para o caminho certo, mas a pressa é grande de te encontrar, e os ventos nem sempre me parecem confiáveis. Eu já não controlo minhas asas, e então elas batem à sua procura, sempre. Eu tento sentir a alegria em mim, e desvendar os meus pequenos-olhos-de-passarinho, mas não dá. Só o que eu vejo é você, e só onde me encontro é com você. É como se eu estivesse sem ninho, sem abrigo, já que meu abrigo sempre foi você.

domingo, 25 de setembro de 2011

Ajuda para pássaros que perderam/esqueceram as asas

Nós, humanos, somos como pássaros, às vezes. Nós precisamos de liberdade, precisamos voar. "A gravidade não te impede de voar." Mas eu percebo que muita gente não voa. "Eu esqueci de usá-las, e assim elas se atrofiaram." ou "Cortaram minhas asas." Por isso, resolvi fazer um pequeno post de ajuda para pássaros que (acham) perderam/esqueceram as asas:

Passo 1: encontrar suas asas
Bom, ninguém perde as asas. Suas asas estão sempre aí, basta você querer ver e usá-las. Então, ponham-nas em suas costas e pense em algo bom. Sempre há. Geralmente afundamos as coisas boas no fundo de nós, e botamos em cima as coisas ruins, as lágrimas, as decepções, e isso pesa. Para voarmos, temos de ser leves. Então, para começar, tira tudo isso de dentro de você, e apenas sorria.
OBS: Você sempre tem suas asas, mas às vezes é preciso procurar bem no fundo do armário, nos entulhos da garagem, naquela caixa de lembranças-de-amores-mal-sucedidos ou coisas do gênero.

Passo 2: sorrir (ou chorar)
Depois de sorrir, deixe o vento bater. Deixe o silêncio chegar, deixe a alegria te levar. Então você abre os braços (e o coração) e deixa que o vento traga consigo todas as lembranças boas, todas as alegrias do passado e do futuro. Isso é um verdadeiro presente que o vento trás. Ah, também pode deixar as lágrimas caírem, sempre, quando elas quiserem sair. Mas isso é apenas a preparação.

Passo 3: voar
Quando chega mesmo a hora de voar, dá medo. Sempre dá medo. Parece que as coisas são mais fáceis quando são piores. É sempre mais fácil você cair do que você subir, mas o medo não é nada. Nada que não podemos enfrentar, ganhar, rebaixar. E então você se joga, e não se esqueça de sorrir. E ao se jogar, bata as asas leve e sutilmente, pois o vento sempre te levará para o lado certo. E quando você for ver, já terá passado todas as barreiras que o medo fez, você verá suas decepções e tristezas caindo lá em baixo. 

~

Pronto. E agora me respondam: por que perdemos tanto tempo nas gaiolas? Por que perdemos tanto tempo debaixo dos cobertores e derramados em lágrimas? Por que fechamos as janelas, as portas, por que? Afinal, onde queremos chegar? As coisas não funcionam se não abrirmos as asas, elas não vão simplesmente começar a bater. Nós temos que abrir as janelas para o vento entrar, temos que sorrir, temos que amar, amar bem. Pois então, quando você estiver lá em cima, tudo sempre vai valer a pena. Apenas abram as asas.


Blackbird singing in the dead of night,
Take these broken wings and learn to fly.
All your life,
You were only waiting for the moment to arise.
Blackbird - The Beatles

Livre

Procuro palavras para descrever o que estou passando agora. É como um verdadeiro amor maduro. Amor maduro é conviver, é entender, é aguentar, é esperar, calmar. O desespero passou, e os pássaros parecem, agora, sorrir para mim. A coruja pode descansar e o binóculo sumiu de meu pescoço. Mas muito, muito infelizmente, o lápis também. O lápis, o papel e as palavras-sentimentais. Aconteceu o que eu tinha medo de acontecer, e eu espero que isso não dure mais. Me disseram que a felicidade é o que mais vale, e não importa se eu continuarei escrevendo ou não, porque a felicidade é mais importante. Mas eu não concordo. Escrever faz tanto a minha felicidade, sabe? É como ser feliz escrevendo e lendo a minha própria tristeza. É tipo se não fosse eu. Mas eu não quero ser triste, não mais. E então eu só posso prometer que eu vou escrever. Eu vou dar um jeito. Porque, parece-me, que para ser feliz é preciso ser livre, é preciso ser leve, mas o papel, não pesa.

sábado, 17 de setembro de 2011

Grandes olhos verdes

Seus olhos grandes e seu coração maior ainda foram invadidos por algo que ainda não sabemos o nome. Alguns dizem que é amor, mas ouvi falar que também pode ser a dor. Dizem-me que antes era a ilusão, que cobria seus olhos como uma lente e invadia seu coração. Mas a lente quebrou e seu coração, ela perdeu. Perdeu, mas ganhou um novo, com dor (ou amor) que parece não controlar. Alguns dizem que este coração invadido pela ilusão hoje pertence à outro alguém, e este alguém se foi. E então ela teve de roubar, criar, ou sei lá o que ela fez para conseguir um novo coração. Mas este coração veio com problemas, e ela ainda não achou alguém que arrume corações como arrumamos um celular. Seu coração veio com dor, com amor, com saudade e com tristeza. Seu coração veio cheio de lágrimas e cheio de machucados, aqueles tipos que nunca cicatrizam. Seu novo coração a transformou bruscamente e fez com que ela mudasse completamente, e para mudar temos que sofrer, sabe. Para mudar temos que ser firmes e isso nos faz soar, e ela suou tanto para conseguir se adequar, que simplesmente secou. Ela chorou tanto por não ser mais como era antes, que secou. E agora apenas podemos observar ela caindo cada vez mais fundo em um grande abismo, onde ela só pode se salvar se criar asas. Ninguém sabe o que ela pode encontrar lá embaixo, apenas podemos torcer para que ela não se machuque ainda mais e nunca mais consiga subir. Esses dias, ainda, ela disse que precisava de atenção. Não só disse, como fez de tudo para obtê-la, mas o que podíamos fazer? Às vezes só nós mesmos conseguimos nos salvar, e eu sei que ela sabe disso. Aliás, ela sabe muito. Ela dá conselhos à todos e ela ajuda todos que precisam, sempre, mas ela nunca tentou se ajudar. "Todos os problemas são fáceis de resolver, desde que não sejam os meus problemas", ela diz. E na verdade é isso. E talvez sempre seja isso. Esconder os seus próprios problemas por trás dos problemas dos seus amigos, é tão simples. Mas basta olhar seus grandes olhos (agora com lentes falsas, que parecem felizes até o momento que ela as tira para chorar) que você vê tudo. Você vê suas dores e seus machucados, você vê seu amor, tanto amor, guardado para alguém que todos sabemos que nunca voltará mas que, para seu bem (ou talvez por pena, dó, medo da verdade) dizemos que ele voltará, que todos voltam, um dia, na tentativa de fazê-la voltar para a lente antiga. Mas tudo passa, e nunca, nada, volta. E ela sabe disso, ela sempre soube e sempre disse a si mesma que sempre saberia. Mas ela só consegue olhar a sua volta à procura dele, e não olha mais para dentro de si, mesmo que queira. Esses dias estavam todos discutindo se isso era mesmo amor, mas a verdade é que ninguém nunca saberá, nem entenderá. E na verdade mesmo, ninguém nunca se importa, nem ela se importa. E sinceramente, eu desejo que ele se importe logo, para voltar para ela e devolver a ela aquele coração iludido, pois eu sinto falta do seu sorriso, e eu sinto saudade do brilho de seus grandes olhos, verdes.

Para que olhos verdes, 
se ninguém consegue ver o que há dentro do verde de meus olhos doídos e chorões. 
Para que o sorriso, se falsos, são. 
Por que insisto em dizer que estou bem, se bem nunca estou.
Para que falar, se ninguém me ouvirá.
E afinal, 
para que amar, se isso só me fará sangrar.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Boneca


Todos escrevem sobre pessoas invisíveis e tristes. Mas havia uma menina bonita e sorridente em uma escola em uma cidade grande. Todos a conheciam, ou ao menos achavam que sim. Sabe aquele tipo de menina superficial, que gosta de mostrar que existe? Então. Aquele tipo de menina que todos vêm como uma boneca, e na verdade, é.

Mas chega um dia que a boneca ganha vida, pois querendo ou não, feliz ou infelizmente, todos possuem sentimentos. A boneca de porcelana, loira e dos olhos verdes quebrou. E pintar o cabelo de preto, já não mudaria sua fama. De que adiantaria dizer que possui sentimentos, se não os mostra? Ou talvez, de que adianta mostrar seus sentimentos, se ninguém consegue enxergá-los?

Eu não sei se todos amam na vida, ou se todos vivem o amor. Mas este está aí, e a boneca que agora é gente também ama. Eu sei o quanto é difícil de aceitar, às vezes, mas nem sempre um sorriso possui felicidade, e a ex-boneca entendia isso. E eu não sei se desejo a vocês que entendam.

Mas, de uma coisa eu sei: o amor mudou-a. O amor deu vida a esta menina que um dia foi boneca, ou talvez, a vida deu o amor a ela. E eu acredito muito que o amor vem quando a pessoa precisa viver. Mas eu não sei se a vida precisa do amor para ser vivida. Então, eu só posso pedir que vivam logo, vivam. Antes que o amor chegue e os obrigue a fazer isso. Pois viver, não dói. E o amor, também não dói.

O amor dói muito. 

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Fugindo do mundo,
fugindo de mim.

Que ilusório!

Quanto mais fujo
mais te encontro.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

365 dias sem ele


Difícil começar algo assim, tentando terminar. Há um ano conversava com uma pessoa que ainda não consegui definir. Tive um ano para pensar, mas não consegui encontrar as palavras certas. Há um ano, neste mesmo horário, eu estava sendo feliz. E sim, eu fui feliz muitas outras vezes, mas sempre, sempre, me faltou algo. É estranho dizer que eu ainda o tenha comigo, mas sim. E é pior ainda quando me perguntam quem morreu, e eu não saiba dizer realmente morreu ou não. Geralmente eu respondo que ninguém morreu, mas será? Eu sei que isso é bobo de dizer, mas neste um ano me passaram pela cabeça tudo, todas as alternativas que podiam existir. E eu já devia ter esquecido, ter deixado de lado, ter matado isso de uma vez por todas. O problema, é que nenhuma dessas alternativas vai trazê-lo de volta, e eu sei que é disso que eu preciso.

Uma época, eu me contentei. Eu aguentei, eu deixei de lado, sim. Uma época, chorar bastava, aliviava, preenchia. Hoje não. Antes as lagrimas eram presença, eu te sentia, e isso era tão bom. Eu deixava as lágrimas caírem em silêncio, enquanto ouvia apenas meu coração batendo seu nome e seus dedos tocando meu rosto em forma de lágrimas de saudade. Mas como você, as lágrimas secaram, e agora eu não choro mais, apenas dói. Dói muito, muito. Eu tento fazer algo para que talvez elas saiam de mim, mas eu não consigo mais.

Mas há algo que não sai da minha cabeça. Quanto tempo mais irei esperar? Um mês, dois? Eu realmente não desejo esperar mais um ano, ou dois, ou três. Eu não quero que ano que vem eu tenha de escrever algo assim de novo, ou mais triste. Eu preciso que você veja isso logo, eu preciso que você tente entender. Eu não quero meter na sua cara que estou morrendo, mas eu preciso que você volte, e que você note. Eu podia fazer milhões de pedidos, todos podiam. Mas eu escolhi você. A verdade é que eu podia ter escolhido tudo, mas eu escolhi o mais difícil. Escolhi amar-te. E se isso significa esperar, eu esperarei. 

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A primavera está chegando


A primavera está chegando, e você ainda não chegou. Eu não quero que as flores caiam antes você cair aqui, ou de eu cair em mim. Eu não quero mais um verão sem você, e o medo já está aqui para o próximo inverno sozinha.

Talvez eu deva seguir o que os meus sonhos me dizem. Talvez eu deva seguir o que as pessoas dizem, o que parece mais certo para todos, menos para mim. Talvez eu deva ignorar meu coração, ignorar minha mente, ignorar-me. O que é mais certo? Pois esta espera é infinita e eu sempre soube disso. Mas a verdade é que essa dor não me deixa sozinha. E eu tenho medo de ficar sozinha, tenho medo de andar vazia. Tenho medo e talvez tenha até preguiça de começar tudo de novo, para ter que chorar de novo todos os novos sorrisos dados. Para que? Já que se eu esquecer dele, outro virá e também me fará sofrer? Por que eu tenho que esquecer, recomeçar, levantar, aguentar, se pararei no mesmo lugar para chorar no final das contas? Porque ”é melhor você esquecê-lo” não parece o melhor para mim. É claro, é claro que para todos a minha volta é melhor. Quem quer aguentar uma menina chata chorando dia-a-dia? Quem quer ouvir a mesma história dez vezes e ter que arrumar algo para falar? Ninguém. Nem mesmo eu. E eu entendo todos, mas a questão é que eu entendo todos, menos a mim. Que eu aguento todos chorando, todos os dias, menos a mim.
Então eu espero que os dias passem devagar, se você não for chegar, pois eu não quero ver as flores caírem sem você aqui. Mas se você for vir eu espero que os dias passem logo, que as flores cheguem logo, para você chegar com uma na mão. Aliás, isso parece a única coisa certa a acontecer. 

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Louca

Queria muito me sentir eu, ou me sentir de qualquer outra forma que não seja assim. Antes, era só um amor não correspondido, agora parece-me muito mais. Eu não sei se é por causa do amor ou se no caminho encontrei muitos outros problemas, mas a verdade é que estou louca. Eu me tornei chata, pessimista, chorona, triste, detalhista, vejo problema em quase tudo. Tornei-me a pessoa que nunca quis ser, exatamente o contrário do que eu sempre fui. Tenho vergonha de mim, e de tudo o que eu faço. Tenho medo dessa fase não passar, tenho medo de não ser pela sua ausência. Tenho medo que o problema seja mesmo comigo. E eu preciso que passe, preciso melhorar, preciso de qualquer coisa que faça-me voltar, embora talvez eu só possa me sentir bem mais uma vez quando você voltar. É chato pedir que você volte, mais uma vez? Porque eu tenho pedido tanto, e ninguém mais aguenta me ouvir. Eu preciso de você para que tudo isso acabe. Para que minha chatice acabe, pois nem sequer eu me aguento mais.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Silêncio

O silêncio dói. Falar dói, mas o silêncio dói mais ainda. É tão ruim perceber que cada vez mais penso em finais tristes. É péssimo ver que me tornei uma menina chata e pessimista. Tenho tanta vergonha da pessoa que me tornei. Tenho tanto medo do meu novo eu. Tenho tanta raiva de saber que ninguém percebe o tanto que mudei, tenho tanta raiva que as pessoas não verem que eu não sou o que era antes. Eu já sorri tanto, tanto. É tão triste ver que agora choro.

Por que as pessoas não conseguem parar para entender? É tão ruim ter de permanecer no silêncio sempre. Tenho tanto medo de abrir a boca e dizer as coisas erradas. É errado o que sinto, é muito errado. Minhas vontades são grandes erros e por isso tenho tanta vergonha. Imaginar a forma como elas me olham ao ouvir o que sinto, o que sou. É tão ruim ser julgada por o que você sente. Porque as pessoas nem sequer querem entender, elas nunca nem pararam para ouvir. Mas parece-me que não há nada que eu possa realmente dizer, eu não posso mais sentir em paz. Eu tenho que seguir em frente, segurar as lágrimas, sorrir. Eu tenho que aguentar todos falando que sou chata se, sem querer, deixo sair algo. Tenho que ouvir “se acalme” ou “aguenta” todas as vezes que me canso, ou que se cansam de mim. E por isso o silêncio sempre deve permanecer, de agora para frente. Eu odeio o silêncio, ou talvez o ame. Mas eu não quero que ele tome conta de mim.

Queria que os sentimentos pudessem ser falados. 

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Pensamentos, futuro, passado, traumas, amor e dor.

Hoje me peguei pensando na vida. No futuro. Parece estranho imaginá-lo sem você, mas é sempre assim. Meu futuro é falando de você, ou escrevendo de você. Sentindo sua falta. A esperança é mínima e o futuro chega para mostrar que o passado foi bem melhor.

Hoje percebi que tenho traumas, e estes parecem não sumir. Tenho medo que mintam, que me deixem, que eu acredite, que eu fique. Olhei para trás e vi que tenho um histórico estranho, diferente. Percebi que fui boba, que errei, que amei. Eu amei muito, muito.

Agora é tão difícil dizer “te amo”. O fim parece-me mais perto e você está cada vez mais longe. Hoje percebi que não te esquecerei, assim como não esqueci qualquer outra coisa que já passou. Percebi que gosto da dor e que vivo em razão dela, ou talvez morra.

E ainda mais, hoje me peguei perguntando se isto é mesmo amor. Pois da dor, já não duvido nada. 

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Desabafos.

Tenho me sentido muito mal. Muito mal mesmo. Na verdade, isso é normal e eu já devia ter me acostumado. Mas eu não consigo esquecê-lo. Eu nem sequer quero esquecê-lo e todos já estão cansados de ler isto. Mas eu não me canso de escrever, pois a dor não se cansa de mim. Meus amigos me dizem que estou cada vez escrevendo melhor, já eu, digo que estou cada vez mais mal. Neste momento, eu poderia cortar-me, matar-me, apenas para alguém tentar a tamanha dor que venho sentindo. Mas apenas neste momento. Daqui a pouco, sorrirei. Terei de sorrir. Terei de aguentar, assim como terei de me acostumar.

As pessoas dizem que sempre que está tudo bem, algo desanda. Eu queria tanto que fosse assim comigo. Eu me sinto tão idiota, sempre triste pelo mesmo motivo. É tão ruim ter que explicar, ter que chorar, ter que sofrer para depois a pessoa olhar para mim com cara de quem me acha louca. Eu estou louca! Estou perdida e estou no fundo do poço, mas o máximo que alguém pode fazer por mim é me ouvir. E ouvir não basta. Nada tem bastado. Eu tento fingir que sim, que está tudo bem, mas nunca está. Nunca me sinto completa, pois nunca estou. Me sinto tão mal quando digo que meus amigos simplesmente não bastam. Mas, infelizmente, esta é a verdade. Não está bastando. Nem amigos, nem abraços, nem consolos, nem sorrisos falsos, nem promessas falsas de amor. Novos amores não bastarão. Ninguém basta e tenho medo de nem sequer ele bastar. Tenho tanto medo do problema não ser ele, não ser sua ausência, nem nada. Tenho tanto medo de realmente ter me perdido.

"-Como está a vida?
 -Acho que a perdi.
 -E eu, acho que me perdi nela."

domingo, 7 de agosto de 2011

Nossa musica.

Musica foi a única coisa que sempre existiu entre nós. Além da distancia e do mar, a musica sempre esteve aqui para me levar a ti. Com você eu cantei, mesmo à distancia. Eu sorri e chorei. Eu amei. Amei e me prendi a você assim como à escutar musica, simplesmente não sobrevivia sem. Viramos melodia e quem sabe um dia eu crie uma musica para ti. Com você entendi as musicas, ou talvez com as musicas entendi você. Éramos mais que palavras. Éramos melodia. Às vezes nos tornávamos musicas clássicas, sutis. Às vezes somos bateria, baixo, guitarra , gritos, rock. E eu acho musica algo realmente mágico, assim como nós. Eu, particularmente, acho que nossa musica é a minha preferida. Afinal, não há nada melhor que tocar algo junto. Não há nada melhor que nós dois. Mas, como toda musica, uma hora isso teria que acabar.

Hoje somos apenas silêncio.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Ontem, hoje, amanhã.

Todos os dias acordo para a vida. Infelizmente, eu não posso acordar em meus sonhos, pois estes são só para ser dormidos. As pessoas dizem que cada dia é um novo dia, mas hoje me parece ontem. Nada me parece novo, e na verdade, estou cada vez mais velha. Tanto por dentro quanto por fora. Meu sorriso é cada vez mais torto e as lágrimas insistem mais para sair, embora eu não deixe. O dia que era para ser novo, ele se torna mais velho e pesado. Mais um dia sem você, mais velhos ficamos, mais tempo se vai, mais dor chega. Eu continuo a mesma. Quem puder me trazer um novo dia, me tragam. Eu realmente quero coisas novas. Mas pensando bem, apenas uma coisa velha bastaria. Você continua o mesmo menino mais velho de sempre? Por favor, diga que sim. É tão bom pensar que sim. Talvez algumas coisas nunca se tornem velhas, nem pesadas. Nem nada. Talvez você continue o mesmo. Talvez você me traga um dia novo. Talvez tragam-me você, e como eu digo, talvez o sol finalmente traga um dia novo. 

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Sorrir... Não basta.

É estranho dizer que amei tanto ao ponto de virar nada. Sorri tanto que chorei. Chorei por saber que você não ficaria para sempre para continuar me fazendo sorrir. Me senti tão livre que me prendi ao medo de me prender à você. E no final, acabei me prendendo. Em você me achei, finalmente encontrei e soube quem eu era de verdade, mas acabei me perdendo dentro de mim própria. E agora? Agora basta sorrir. Sorrir e fingir, fingir que está tudo bem, porque uma hora, tudo vai ficar bem sim! Como eu sempre digo: uma hora acostuma. Se não passar, acostuma. E eu espero me acostumar logo, pois fingir eu já consigo há tempos. Sorrir. Sorrir. Sorrir. Não basta. Mas terei de me acostumar. 

sábado, 30 de julho de 2011

Socorro. Eu não aguento mais.

Estou confusa. Eu meio que me acostumei com a tristeza. Eu nem preciso mais pensar nele para ficar triste, quando vejo, apenas estou. Eu não tenho vontade de sorrir, e sinto meus olhos pesados como se estivessem segurando o mundo. Na verdade, estou segurando-o , ou melhor, o que sobrou dele: apenas lágrimas. No final, não há grande diferença, ele é o mundo e tudo o que pode existir para mim. Sinto como se já estivesse me suicidando mesmo sem estar fazendo nada. Procuro a todo instante alguém para desabar, mas qualquer um parece tempo perdido. Ninguém tem me entendido. Quando tento escutar uma musica feliz para me animar me sinto descolada. Eu sinceramente não me sinto bem. Eu vejo as pessoas falando que se a gente quer a gente esquece, e eu cheguei a conclusão que não quero esquecer. Realmente me sinto uma suicida agora. Eu o amo tanto, que eu não quero esquecê-lo mesmo com ele me fazendo sofrer dessa forma. Eu penso em desistir mas, seria tão mais fácil esquecer. Eu digo que vou esquecer, vou esquecer, vou esquecer, mas não! Sinto como se esquecer fosse o mesmo de me esquecer. Tenho medo de quando conseguir esquecer ele voltar. Eu não agüento mais falar sobre isso. "Esquecer, medo, eu amo ele, ninguém me entende, lágrimas, tristeza". Eu não agüento mais. Eu estou pedindo socorro. Socorro! SOCORRO! Eu não agüento mais. Não agüento mais segurar as lágrimas nos momentos mais inesperados. Eu preciso de qualquer ombro amigo para me apoiar, preciso de qualquer ouvido. Eu preciso de alguém. Eu quero morrer, e eu apenas não morro porque eu não quero perder a chance de um dia vê-lo. Geralmente me pego imaginando minha vida daqui para frente, tento me acalmar, mas invento qualquer momento que ele possa estar presente. Eu não agüento mais sonhar, eu quero esquecer, mais quero ainda mais lembrar. Eu apenas preciso tê-lo aqui. Por que as coisas mais simples não podem acontecer? É apenas uma presença! Por que eu posso ter todos do meu lado menos ele? Por que eu preciso logo da pessoa que eu menos posso ter? Eu preciso das respostas. Eu preciso de algo mais que "o amor é assim" ou "não perca sua vida por causa dele". Eu amo ele, eu preciso dele. Por que o amor é tão lindo que chega a ser tão, mas tão cruel? Por que as lágrimas não caem mais? Eu preciso sentir ele! Eu vivo inventando coisas e sinais para tê-lo aqui, mas nada é real. Lágrimas não são seus dedos tocando meu rosto, corujas não estão vigiando-o e não poderei vê-lo com um binóculo. Não. E eu também não agüento mais escrever para o nada! Você, você que está lendo isso. O que está esperando? Eu preciso de alguém para chorar comigo. Eu preciso urgentemente de um abraço, de um silencio com sabor de amor. Eu preciso demais. Por favor, me ajude. Eu não agüento mais, e tenho vontade de apenas escrever isso. Socorro, eu não agüento mais. Eu preciso que essas coisas saiam de mim, preciso me livrar dessa dor, desse amor, dessas lembranças, dessa saudade, desse desespero, desse medo, dessas lágrimas. Preciso me livrar dele. Preciso viver. Preciso rir, chorar de rir. Preciso de amigos novos ou quem sabe mais dos velhos. Mas eu estou precisando de amigos. Preciso de mais ouvidos e menos bocas. Preciso de mais sorrisos e menos lágrimas, mais amores e menos decepções, menos corações. Alguém me acuda, me salve. Eu estou morrendo aos poucos e isso não é um drama. Não é um drama. O sentimento apenas veio. Ele apenas invadiu, invadiu de uma forma que conseguiu falar. Ele conseguiu escrever.

Socorro. Eu não agüento mais.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Palavras sufocadas.

Tenho vontade de dizer que tudo dará certo. Hoje. Tenho esperado por um telefonema há dias. Algum recado. Uma campainha, quem sabe. Por sinal, tenho achado meus textos bastante repetitivos. Eles sempre estão esperando por você. Na verdade, esta falta é tão bem escondida. Todos sabem que sofro, que choro, que estou mal, mas ninguém quer saber o porquê, acho que é o medo da resposta. Até eu tenho medo da minha resposta. Tenho medo das lágrimas caírem sem parar, tenho medo de não conseguir parar de falar. "Eu sinto muita falta dele, eu o amo. Amo mesmo. De verdade. Muito mesmo. É sério. Eu faria tudo para tê-lo de volta." De que importa? Algum tempo depois as pessoas esquecerão de todo o meu drama e não mudará nada. Acho que é por isso que repito tantas vezes aqui. Não há mais onde, nem com quem repetir. Eu sinto muita falta dele, eu o amo. Amo mesmo. De verdade. Muito mesmo. É sério. Eu faria tudo para tê-lo de volta. E há muito mais. Me perdoem por não conseguir escrevê-las. Talvez antes seja necessário que alguém note. Há muito mais, e eu estou me sentindo sufocada. Eu preciso de ajuda.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Assim como flores.

Desde sempre andei por essa rua todo dia 5 do mês. Tradição de meu pai. Andávamos, olhávamos a vista e conversávamos sobre qualquer coisa que ele considerasse agradável. Agora ele já não está aqui, tenho de caminhar sozinho. No começo foi difícil, mas depois, eu simplesmente me acostumei. Quando passo na frente do cemitério sinto a presença dele. É bom. Um dia resolvi entrar e olhar onde ele estava. Lá, me deparei com uma menina ruiva de olhos claros, marejados. Ela observava um pequeno jardim com flores que havia dentro do cemitério. Sorriu a me ver. “Eu que as planto.” Ela disse orgulhosamente, embora tímida. “São lindas.” Era bom fazê-la feliz. Afinal, não é qualquer um que sai de casa no inverno para plantar flores em um cemitério. Mas me parecia que o frio não lhe incomodava. Talvez ela já tenha se acostumado, pensei. Quem sabe seu interior já fosse demasiado frio. Um pouco a mais de frio aqui fora não faria diferença. Seus olhos claros pareciam ter congelado em mim, ela me olhava como se estivesse esperando eu perguntar. Por que você as planta? Eu tinha um estranho medo da resposta, mas perguntei. “Faço isso desde o que meu amor se foi. Ele foi enterrado aqui. Todos dizem que eu devia esquecê-lo, mas eu sei que não. Embora eu saiba que ele se foi para sempre, eu tenho esperança... Ele me dizia nas primaveras que flores eram esperanças, porque quando morrem deixam alegria no ar. E ele é como as flores. Embora tenha ido, ele deixou alegria para mim, ele é a minha esperança. Desde então as planto aqui... Pois embora elas morram, deixam esperança de que um dia ele voltará, porque a esperança é a ultima que morre. Ele será o ultimo que morrerá para mim.” Quando ela terminou, uma lágrima caía de seus olhos. “Meu pai também está aqui.” Eu disse. Ela deu um leve sorriso e disse: “Se você quiser, deixo algumas flores em cima de seu caixão.” Eu ri. Geralmente me diziam que para ser solidário você deve ter amor. Ela me mostrou que devemos apenas ter esperança.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Vai ficar tudo bem.


Muitas vezes falo em desistir. As vezes parece a única saída. Na verdade, as vezes é. Mas queria pedir-lhes que não desistam. Eu sei que as vezes parece difícil, que as vezes cansa, que dói. Mas embora pareça difícil, sempre há uma saída. Uma hora acaba, não? Há de acabar. Nós sempre procuramos uma saída mas eu acho que as vezes não devemos ir. As vezes devemos ficar e enfrentar as coisas. Eu peço à vocês que fiquem, que esperem. As coisas vão passar, vai ficar tudo bem. E eu sei que isso parece um pouco sem sentido, mas as vezes é preciso dizer. Vai ficar tudo bem, vai ficar tudo bem. Tem de ficar. 

segunda-feira, 18 de julho de 2011

"Eu vou esquecê-lo."

Dizem para eu te esquecer. Geralmente digo sim. "Eu vou esquecê-lo." Quem me dera fosse fácil, num piscar de olhos. Na verdade, se eu piscar acabo por fechar meus olhos por um bom tempo te vendo. É difícil te esquecer, já que tudo me leva a ti. Vejo você no jardim florido ou nas folhas secas. Te ouço nas músicas ou no silencio. Te sinto em cada sorriso, em cada lágrima. Em cada acordar, sinto você a sussurrar. "Quem sabe hoje, quem sabe hoje." Quem sabe hoje. Quem sabe amanhã. Quem sabe? Ninguém sabe. Basta esperar. Esperar o amor bater na porta ou subir pela janela.

Tenho um enorme medo de, se te esquecer, me esquecer. Vejo você em tudo, te ouço e te sinto. Afinal, você é tudo! E o que seria de mim sem o chão, ou talvez sem o sol? Queria que você também não fosse nada sem mim. Queria tanto (tanto, tanto, tanto, tanto, tanto, tanto) poder terminar dizendo que tudo valeu a pena. Que tudo deu certo. Queria tanto poder dizer que tive um final feliz. Mas não posso. Não posso te ter, não posso te esquecer. Eu já não mando em nada aqui.

I thought that we'd make it
Because you said that we'd make it through
And when all security fails
Will you be there to help me through?

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Corte este silencio.

A noite estava silenciosa. Não se ouvia carros nas ruas nem risos encantados. A noite estava triste. Estava silenciosamente triste. Não haviam suspiros de amor. Não haviam musicas de amor. Não haviam casais olhando a lua a se amar. Não havia amor. Me recusava em olhar as estrelas, pois tenho um enorme medo de achar meus sonhos e eles voltarem a mim. De que adianta os sonhos voltarem se você não vai estar aqui? De que adianta o amor se não será recíproco? A verdade é que tudo tem perdido o sentido sem você aqui. O amor tem sido a única coisa em que eu me interesso e o que fazer quando ele não está aqui? Não há interesses. Há apenas um silencio que parece não ter fim. Uma lua cheia e alguns sonhos mortos no céu. Há eu. Há um coração que eu não sei se bate, mas não o ouço. Há algumas lagrimas e há você você em meu pensamento. Quem sabe eu consiga ouvir sua voz! Venha aqui, corte este silencio.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Cemitério de Sonhos Mortos

É verdade que eu estou na escuridão. Também é verdade que eu não ligo para isso. Mas sempre nos dizem para ver pelo lado bom, e lá fui eu em mais uma tentativa perdida de ser feliz. E sorri.
O Sol não está aqui. É, realmente, o Sol não está aqui. Mas nesse momento percebi: na escuridão da noite, naqueles dias não há suspiros nem declarações de amor pelos cantos, olhamos pela janela. Eu vi as estrelas.
É verdade que as estrelas não dão luz o suficiente, mas eu também não tenho visto tudo o que devia ver. E nem quero. Ou quero. O que importa é que me vi com as estrelas, e eu não sei o que elas significam. Ainda não dei um papel à elas. Mas elas estão comigo. As estrelas estão brilhando, ali, para mim. Para mim e para todos que tiveram seus sonhos mortos. E talvez seja isso mesmo: as estrelas sejam os sonhos que deixei morrer.
Aqui estou eu, no Cemitério de Sonhos Mortos, mais conhecido como céu estrelado.

Me sinto naqueles dias em que o sol nunca sai.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Meu sol.

Incontáveis os dias que quis desaparecer. Ou os dias que eu quis que você aparecesse. Eu pedi, pedi, pedi. Eu quis desistir, e de alguma forma, foi isso que eu fiz. Quantas vezes eu tentei nomear este sentimento, sendo que ele não tem nome? Dúvida, tristeza, espera, saudade, desilusão, amor. Quantas vezes os sorrisos fugiram de minha boca, o brilho escapou de meus olhos. A magia sumiu de meu coração. Mas dizem que quando o céu está mais escuro é porque o sol vai sair. E talvez realmente esteja saindo! Eu ainda tenho um pouco de medo de criar grandes expectativas, mas é um pouco impossível. Eu pensei tanto no que diria quando te encontrasse e agora estou literalmente sem palavras em minha boca. Sinto como se eu estivesse sentada no fundo do túnel esperando você me buscar e me guiar até o final. E eu te sinto. Sinto sua presença mais perto, sinto mais amor. E é exatamente isso que você é para mim. Amor. Meu amor. E também tenho medo de, quando finalmente te ter, te perder. De perceber que você não é quem eu pensei, de acontecer o que sempre vejo acontecer com todo mundo. Tenho um enorme medo de não dar certo. Mas com medo ou sem medo, estou aqui esperando-te. Amando-te e sonhando no momento que te encontrarei.


Seja o sol surgindo no meio da escuridão, por favor.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

"Descobri algo novo."

Me desculpem, tenho estado nessa crise e não consigo escrever. Parece que algo mudou. Talvez eu já tenha usado todas as palavras, mas para mim, parece que ainda faltam textos. Talvez eu não esteja encontrando mais a palavra certa. Saudade eu sei que não é. É mais que saudade, pois este sentimento ultrapassou as expressões. Eu não consigo mais dizer o que sinto. Não é tristeza, não é medo. Nem amor. Descobri algo novo. Eu continuo sentindo a mesma dor, mas isso não é novidade. Não é cansaço. Então, me expliquem o que sinto. Ou talvez, não. Alguns sentimentos nunca são entendidos, e às vezes não é preciso entendê-los. Apenas vim dizer-lhes que estou me sentindo confusa. E que embora muitas palavras queiram sair, eu não estou conseguindo colocá-las em seus devidos lugares para formar um texto. Me perdoem. Eu espero voltar logo. Espero voltar amanhã. E também espero que ele volte logo, para essa confusão toda passar.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Estou doente.

Hoje vim aqui para declarar-lhes algo. Estou doente. Não sou médica, nem algo do gênero, mas acho que às vezes, quando estamos doentes, é por falta de algo. Sei lá, falta de vitaminas. Não sei. Mas hoje venho lhes afirmar que estou doente por falta. Afinal, saudade também é falta. Estou sentindo falta do meu amor, falta de amor. Falta de sorrisos e de sonhos. Sinto saudade. Saudade de olhos para a Lua e agradecer, não pedir. E talvez por isso eu tenha tanta vontade de ficar na cama, de descansar mesmo sem ter meu corpo cansado. Falta em excesso. E agora basta procurar remédios, procurar você. Procurar por mais amor, para, assim, encontrar novos sorrisos e sonhos.

Só espero que essa doença não mate. É, espero que não.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Confissões da boba que não consegue esquecer.

Querido, se lembra daquele caderno que tínhamos para escrever diariamente o nosso amor? Então. Dizem que eu mudei, e realmente, acho que sim. Eu piquei-o. Eu joguei-o na fogueira e suas cinzas foram parar no lago. É, acho que mudei. Mas tudo bem, eu sei que você não ficará magoado. Na verdade, eu acho que acabar com os nossos recados de amor não foi nada perto do que você fez. Eu acho muito mais inofensivo jogar fora cadernos do que lembranças. E por um lado posso te afirmar que não mudei: eu continuo a mesma boba que não consegue esquecer. E eu continuo chorando. Mas então, afinal, o que mudou? Talvez alguns centímetros a mais, talvez um sorriso um pouco mais falso, talvez um olhar um pouco mais triste. A verdade é que me sinto grande, e ao mesmo tempo pequena. Me sinto tão grande de amor, me sinto tão dolorida de amor. Mas, eu me sinto tão pequena por não conseguir te achar, por não conseguir te jogar finalmente fora. É, acho que mudei. E não pedirei desculpas. Pois você foi o culpado. Se nossos recados pegaram fogo, você foi o culpado. Mas espere aí: como você pode ser o culpado, se nem sequer está aqui?

segunda-feira, 27 de junho de 2011

"Ela não voou, isso não foi um final feliz"

Ele chegou correndo para vê-la. Infelizmente, ele é daquelas pessoas que acha que nunca é tarde demais, mas sim, é. As pessoas esquecem que as vezes acontece o que parece inevitável, mas dessa vez aconteceu. E sinceramente? Isso nunca foi inevitável para ela. A menina sofreu. Sofreu de uma maneira que poucas pessoas sofrem. Ela chegou ao ponto máximo do máximo. Ela se jogou no abismo. E quando ela caiu, bom, ele não estava lá. Ela não voou, isso não foi um final feliz. Ele não foi salvá-la e por isso ela está aqui comigo. Agora, ele se arrependerá. Ele viverá em a presença doce e meiga dela. Ele também chegará ao fundo do poço, ele também sofrerá. E não adianta pedir perdão, pois ela pediu força e ninguém nunca a deu.

Talvez você tenha se lembrado.

"Que mágico" eu sussurrava baixinho. Por um momento, em meio aquela dor e aquele desespero, este céu. A lua estava linda e as estrelas brilhavam como nunca. Lindo. Em meio às lágrimas e aos pensamentos de tentar voar, aquele sentimento. Como se, depois de tanto tempo, meu coração sorrisse. Como se estivesse completa. Depois de tanto tempo sem luz, talvez as estrelas tenham sentido pena. Talvez você esteja ali, ou lá, olhando para aquele céu tão lindo quanto seus olhos. Talvez você tenha se lembrado, ou talvez nunca tenha se esquecido: Nós sempre nos encontrávamos aqui. Talvez você tenha sentido saudade.

domingo, 26 de junho de 2011

Preciso muito.


Estou procurando. Quem sabe um animal de estimação, quem sabe um novo travesseiro para abraçar a noite. Talvez uma banda nova para me apegar, ou um livro novo para ler. Quem sabe uma viagem, quem sabe mais trabalho. Quem sabe, talvez. A verdade é que estou por aí procurando algo que dê um pouco mais de razão à minha vida. Algo que te tire um pouco do centro das atenções. A verdade é que eu preciso te deixar de lado, mas quem deixa um amor de lado? A verdade é que eu preciso de coisas novas, mas coisas novas não apagam as antigas. A verdade é que eu preciso. Preciso muito. Preciso de você.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

"Na verdade, isso não é algo que escolhemos."

Eu não me importo mais. Não com você ou com a sua ausência, mas sim com essa dor. Se tornou normal. Alguns dias doem mais que os outros, por alguns momentos até somem. Mas ela nunca se vai por inteiro. (In)felizmente, deixei de me importar. Continuarei sobrevivendo até que, um dia que sabe, ela suma. Ou talvez eu me acostume de vez. Não sei. Mas, se essa dor está aqui, se ela continua aqui, se você continua em meus pensamentos, em meu coração, se você continua em mim por inteiro, tomando meus dias, minhas noites, roubando meu ar e caindo junto com as minhas lágrimas, eu não estou nem aí. Afinal, algum motivo tem. Pois, não que eu queira te esquecer. Nem que eu não queira. Na verdade, isso não é algo que escolhemos. Você continuou quando se foi, continua e pelo jeito continuará aqui. E vou repetir: para mim tanto faz. Essa dor, tanto faz. Tanto faz. Continuarei seguindo, como sigo a nove meses. Nada mudara (eu espero).

terça-feira, 21 de junho de 2011

O homem que aparece uma vez por mês e muda a história.


Acabou. Alguém tem idéia do quanto é difícil dizer isso? Não. Mas as vezes é preciso. Foi preciso. É tão difícil se desfazer de pessoas que realmente amamos. Ainda mais quando vemos que ela já não nos agüenta. Mas eu cansei de levar patadas, eu cansei de agüentar. De segurar tudo sozinha enquanto você não faz o papel que deveria fazer (pelo menos ao meu ponto de vista). Cansei de perder horas, de passar vergonha falando de uma pessoa que não está nem aí para mim. Eu cansei. Mas saiba que eu agüentaria muito mais, eu agüentaria muito tempo. Mas você, e apenas você me fez desistir. Você me fez largar tudo, tudo o que tínhamos. Todos os sentimentos que guardava, todas as lembranças. Nenhuma será esquecida, mas farei de tudo para não lembrar. Pois você não é o centro das atenções, mas você é aquele que faz a diferença. Que não é o protagonista, mas sim o homem que aparece uma vez por mês e muda a história. É você. Era você. Bom, eu não sei. Talvez seja a sua vez de entrar novamente e mudar. Para melhor, para pior, já não faz diferença. Para mim, já não faz diferença. 

segunda-feira, 20 de junho de 2011

"Como se algo mais forte o puxasse"

- Porque ele vem todos os dias a este bar sozinho? - ela sussurrou.
- Não sei bem. Dizem que ele amava a uma menina, e todos os dias eles se encontravam neste bar. Até que um dia ela não veio, nem no outro, nem no outro. Nem nunca mais. Desde então ele sempre vem aqui.
- Oh, meu Deus. Coitado do rapaz. Tão jovem. Mas, ninguém sabe o que aconteceu com ela?
- Não. Nós já falamos para ele não vir mais, para ele desistir. Mas ele não desiste. Como se algo mais forte o puxasse.
- Ela o puxa.
- Como?
- Ela. Ela o puxa. Ela ainda o ama. Mas por algum motivo não pode voltar. Ela não o esqueceu, e por isso ele não a esquece. Pois ele pensam um no outro ao mesmo tempo. Eles amam-se. Mas então separados. Infelizmente.
- Estás louca.
- Não, eu não estou. Pois a distância não existe entre seus corações. Eles estão juntos. Pois se amam. E o amor supera tudo.
- Então?
- Então não o deixe desistir. Pois além de perdê-la, ela também se perderá. Mas não se compreenderá. Não deixe o desistir.

domingo, 19 de junho de 2011

De olhos bem abertos.


Eu sempre tive medo de perdê-lo. Medo de um dia acordar em nossa cama e ele não estar mais lá. Medo que ele se vá sem dizer adeus, nem tchau, nem nada, afinal ir embora sem se despedir é sempre mais fácil. Enfim, eu sempre tive medo. Desde o primeiro dia que percebi que o meu coração pertencia a ele, não pude mais ver a meu futuro sem o mesmo. Então, em um momento qualquer de desespero achei no meio de minhas bijuterias um anel de coruja. E além do medo, sempre tive essas paranóias de pensar que tudo o que acontece é um sinal. Tudo é motivo para um sinal. E com este anel de coruja não seria diferente. Desde que comecei a usá-lo me sinto bem mais segura. Já que dizem que as corujas mal dormem, estão sempre vigiando seus filhotes e seu ninho. 

Querida Coruja, agora você vigiará o meu amor, está certo? Quando eu estiver dormindo, fique de olhos bem abertos. Você sabe tanto quanto eu: ele pode fugir a qualquer momento, mas eu o quero em minha mão assim como você. Certo? Certo. É assim. Pois bem, eu já não poderia acreditar nas palavras que ele falava, pois embora doces, as vezes me parecem um tanto falsas. Um tanto doces demais. Eu já amei uma vez, e sei bem como é isso. Se eu e a minha amiga coruja não vigiarmos ele, sofrerei. Não apenas de dor, mas de medo. A dúvida castiga, mas eu já fui castigada demais. 

De qualquer forma, agora quero ver ele ir embora. Lhe peguei. Lhe acorrentei, e espero que ele não se importe de saber que é apenas meu. Pois é. Viveremos sempre juntos e finalmente o "para sempre" existirá. Moraremos em alguma casa nas montanhas e faremos piqueniques na primavera. Teremos também um ninho de coruja no jardim, é claro. E além de tudo teremos um ao outro. Até um dia, quem sabe, ele se tornar mais um anel em meu dedo.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Criar memórias.

            Tempo, oh tempo. Por favor, pare. É tão doloroso ter que construir novas memórias. É tão doloroso ter que esquecer as memórias. Como se, sem elas, eu já não conseguisse seguir em frente. Mas também com elas, nada nunca sai do lugar. O tempo passa, e passa. Mas nada parece mudar, e nada mudará. Não com essas memórias dentro de mim, pois estou presa ao passado. Passado. Saia de mim. Passado, volte. Volte e se torne o melhor e mais feliz presente que eu poderia ter. Se torne meu presente, antes que seja tarde demais. Antes que o amor bata em minha porta de novo. Antes que a minha casa seja invadida novamente. Volte antes. Antes do céu se tornar escuro. Antes deste dia se tornar apenas passado como ontem. Anteontem. Como a 9 meses. Me dê mais este tempo de vida, ou tire-me toda. Pois o tempo está levando tudo. O tempo está me roubando tudo. E eu não quero criar novas lembranças. Eu, sinceramente, não quero novos passados. 

"Ponto não quer dizer fim."

Hoje sei que há vários finais em nossas vidas. Bom, você está indo para sempre e nada que eu fizer poderá mudar isso. Eu tenho muito a te dizer antes de você subir no avião, mas não sei se teremos algum tempo a sós. E também não sei se vão sair palavras. Dói como se um laço estivesse sendo cortado aos poucos. Pois é assim que está sendo. Eu já disse muitos adeuses, mas nenhum pareceu tão doloroso. Eu não sei se conseguiria. Você iria entrar. Você estava entrando. E enquanto as lágrimas caíam dos meus olhos você acenava sorrindo. Eu tinha muito a dizer, mas o silencio tomou conta de mim. Você era único, seu brilho era especial, e ninguém nunca tomará o seu lugar. Pois sim, há vários pontos na história da vida, mas em um texto, ponto não quer dizer fim. A próxima frase virá e eu apenas preciso de alguém para ajudar a escrevê-la.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Amor e outras drogas.


É difícil falar de amor. Mas isso não o torna impossível. É estranho a idéia que algumas pessoas têm. Ele não me dá medo. Geralmente as pessoas têm medo de amar pois acham que vão sofrer, que vão chorar demais ou sei lá. Eu acho que não seria nada sem o amor. Acho que embora a gente chore, sofra, mesmo que doa e até que sangre, há algo tão especial quanto qualquer outro sentimento. Afinal, amor é apenas um nome dado à um conjunto se bons sentimentos, que juntos se tornam algo realmente mágico. Acontece que um dia, o que parece inevitável acontece. Você nunca sabe o que é o amor até que ele te acontece. Então você percebe que todas as pessoas que você gostou, ou que sentiu algo, foram apenas pequenos sentimentos comparados a este tão grande e forte que é o amor. Você sorri sozinho, você ri ao mesmo tempo que chora. Você vai da alegria para a tristeza e talvez um pouco mais abaixo, mas nenhum motivo parece tão grande ao ponto de você querer desistir.
Mas é estranho como o amor parece pouco, e é. Bom, o amor não fará ninguém gostar de você. O amor não te pagará viagens, ele não atravessará o mundo sozinho. Porque mesmo sendo um sentimento poderoso, ele necessita de algo mais. Todos nós necessitamos. Então eu pergunto:  há algo superior ao amor? Há algo que seja mais forte, ainda mais forte que o amor? Algo que consiga mover oceanos e fazer os seus desejos, realizar seus sonhos? Há algo assim tão forte que consiga ser também tão lindo e desejado quanto o amor? Pois é o amor que nos faz cair e levantar todos os dias. E as tristezas, e as dores, saibam: o amor é uma junção de sentimentos bons, mas você nunca daria valor a este sentimento, se a dor e o ódio não existissem.
Ah, e se existir algum sentimento ainda mais forte que o amor, me digam, pois estou precisando realizar alguns antigos sonhos. 

segunda-feira, 13 de junho de 2011

"Essa é a casa dos meus sonhos"

Eu não me lembro como ela foi construída, mas um dia vi que ela estava lá. Aquela casa pequena e cheia de sonhos, pequenos sonhos. Ninguém nunca havia entrado nela, mas isso não era preciso para que a conhecessem. Era linda. Daquelas casas que nós apenas olhamos de fora e falamos algo como “essa é a casa dos meus sonhos”. Construída perfeitamente, com portas abertas e flores no jardim, cada coisa em seu lugar e com muito espaço de sobra. Mas isso não significava um vazio.
(In)felizmente a casa foi crescendo. Pessoas foram entrando e se aconchegando ali mesmo. Nunca parecia apertado, pois as pessoas sempre têm muitos compromissos e quando saía um, entrava outro. Mas então um dia, um dia como todos os outros, um novato chegou para fazer parte daquele lar. Acontece que ele ocupava muito espaço, até demais. Muitas pessoas tiveram que sair, não porque a dona da casa queria, mas era preciso. E também, muitos já tinham ido embora. A casa, muitas vezes vazia já não agüentava mais. Deixaram-no entrar. Este novato alegrou a casa, ele fez com que ela se tornasse viva novamente. Ganhou flores e cortinas coloridas. Mas todos nós temos que nos mudar, ao mesmo tempo em que ganhamos as coisas nossas ambições aumentam. E ele se mudou. Não sabemos para onde, nem com quem. Talvez a casa seja muito melhor, ou quem sabe esteja morando na rua. Vai saber. A única coisa que posso afirmar é que a casa continuar aqui. Mas não com portas abertas, pois o ultimo que passou as levou. Desculpe-me. Talvez você tenha que esperar um pouco mais. 

domingo, 12 de junho de 2011

Me dê alguém.

Me dê alguém para eu amar tanto quanto o amo. Me dê alguém para me dar momentos tão bons quanto os que eu passei com ele.

Confesiones


Acordei cedo demais e resolvi ficar deitada na cama ouvindo uma musica calma. Lembrei de você, é claro. Mas também lembrei que li uma reportagem de uma menina que tinha um câncer que não tinha mais cura. Ela tem um blog e escreveu nele uma lista de desejos que queria realizar antes de morrer. Se não me engano são 5. Ela sabe que não vai realizar todos, mas eu realmente me comovi. As vezes eu me acho muito fraca, pois há tanta gente não pior e eu querendo desistir.
Voltando ao assunto, eu também resolvi fazer uma lista de 5 desejos. Comecei pelo mais intenso e que eu mais desejo: que o amor da minha vida voltasse. Bom, eu pensei em outros mais nenhum tem tanta importância. É estanho como, mesmo quando não queremos resumir a nossa vida ao amor, ele sempre a invade. Há alguns meses eu estava procurando uma meta para a minha vida, e hoje eu percebi que eu sempre tive uma meta, mas que eu não posso fazer nada para realizá-la. Embora, na verdade, possa. Eu acho que posso sair por aí com uma lista telefônica para achar a sua casa. Eu posso ligar para alguns contatos, eu posso. E ao mesmo tempo, não. Tenho um grande medo de achar você. E ainda mais de não te achar. Eu tenho medo de, imaginem: eu te vejo, corro ao seu encontro com lagrimas caindo dos olhos e grito o seu nome. Você me olha com uma cara de "quem é essa menina" e simplesmente se vai.
Eu tenho medo. E me sinto uma babaca, porque o medo sempre estraga tudo em mim.
A verdade é que eu sei que vou acabar continuando aqui. Com uma meta que é uma droga, acordando cedo para pensar em você, ouvindo musicas calmas que na verdade não me acalmam. Eu sei que estou me atrasando. Porque em nenhum momento eu devia esperar por você. Você não merece, embora seja difícil falar isso. Pois no fundo, eu sinto como se você merecesse. Então eu continuarei estragando a minha vida, porque se tornou o único jeito. Vamos lá, qual vai ser a próxima vez que eu vou chorar na frente de todos por você? Esteja aqui para limpar minhas lagrimas. A única coisa que eu quero, eu te juro. Eu só quero que você volte. Pois o amor precisa de muitas coisas para conseguir se tornar amor, mas eu apenas preciso de você. Eu já amor por dois, eu já tenho todos os sonhos que precisamos. Eu já tenho as musicas para escutarmos juntos e também já chorei tudo o que precisamos chorar em um romance. Mas falta você. Pois como eu já disse uma vez: nem o que eu invento de ti se torna mais agradável que a sua própria presença.
E ok, isso não vai servir para nada. É estranho como eu sempre escrevo "você", como se ele fosse ler. Se tivesse lido ao menos um dia algo, teria pena e voltaria. Mas, a pena hoje também já basta para mim. Então eu aceito-a. Eu te aceito, mesmos depois de tudo, com todos os defeitos, aceito todos os seus pedaços. Prometo juntá-los assim como você juntará os meus.
E não sei um término melhor para isso do que: Apenas volte.

sábado, 11 de junho de 2011

Mas, e quando o meu vício é amar alguém?

            Oh, meu Deus, desculpe-me. Mas tem sido impossível. Por mais que eu queira regressar, mesmo que eu queira encontrar de novo a minha inocência, não posso. Todos nós temos vícios, e eu sei que devemos nos desfazer deles. Mas, e quando o vício é amar alguém? Sim. Isso se tornou um vício. Eu o quero comigo a todo instante, sentir sua falta já se tornou tão normal. E a única forma de me livrar deste doloroso vício, foi trocá-lo. Me desculpe. Foi a única forma. Eu fiz de tudo, e ainda estou fazendo. E embora doa, embora sangre, é por mim. Eu não estou fazendo isso por ele, nem por ninguém, mas sim pelos meus sentimentos, ou talvez pelos quais não queira ter.
            Agora é só esperar. Vamos ver qual será o próximo vício. 

terça-feira, 7 de junho de 2011

Eu apenas fiz de ti uma mulher.

           Que falta eu tenho de você, minha pequena. Pequena boneca. Saudade do tempo que o adeus não existia para você. De quando você chorava e sorria por mim. Falta de quando você não vivia sem mim. Saudade de ser amado por alguém, pois sei que o seu amor sempre foi muito sincero. Não foi a única, mas a melhor. Você me dava tudo o que eu queria, e eu só precisava recompensar com alguns beijos e presentes. Você era linda, é linda, mas ninguém nunca havia te achado. Uma criança. Um coração inteiro e aberto para quem quisesse entrar. Meiga. Tão minha como todas as outras, mas especial. Mas agora cansou. Dessa vez, dessa briga. Seu ciúme. Mas, veja bem, um dia iríamos acabar, e eu não posso ficar sozinho. Você me perdeu, ou talvez nunca tenha me tido. Então se conforme. Ou corra atrás de mim como das outras vezes. Pois eu apenas fiz de ti uma mulher, já que algum dia alguém teria que fazer.

Segure o peso com as mãos.

A verdadeira força é algo que vem de dentro. Eu não sei o quanto de peso você consegue levantar, mas em algum momento a dor de amar caiu em cima de você? Quantos dias a gente não agüenta com um sorriso no rosto e um tudo bem saindo da boca? Você pode segurar o peso que for com as mãos, mas com o coração é outra coisa.

segunda-feira, 6 de junho de 2011


Pegue a minha mão
Ao menos finja que se importa
Porque eu exijo sua atenção
Olhe em meus olhos 
Mesmo que eles já estejam murchos de tanto chorar
Diga que odeia me ver assim
Mesmo que seja culpa sua
Largue tudo
Vamos embora
Deixe tudo por mim
Ao menos uma vez
Pois eu deixaria tudo por você
O tempo todo

domingo, 5 de junho de 2011

Primavera.

Você voltará na primavera? Quem sabe se eu esperar mais alguns meses. Quem sabe quando as flores se abrirem você chegará de braços abertos. Talvez com uma flor na mão. Quem sabe então você me chamará para um café perto de um lindo jardim, veremos o pôr-do-sol, quem sabe as estrelas. Talvez até o amanhecer. Quem sabe se eu esperar você me conte o que aconteceu, quem sabe você me faça rir, me conte coisas bobas. Quem sabe você faça eu me sentir boba de amor. Quem sabe podemos beber algo e chorar o tempo perdido. Você pode segurar minha mão quando eu estiver com frio, você pode aproximar seu rosto do meu e me beijar devagar. Você pode segurar minha cintura e me chamar de sua linda. Seu amor. Você pode dizer que me ama quantas vezes quiser, ou você pode não dizer nada. Podemos nos perder no silencio enquanto olhamos as estrelas. Você pode fazer tudo o que quiser, apenas não se vá de novo.
Te esperarei até a primavera.

sábado, 4 de junho de 2011

A vida vazia tem sido pior do que um coração em silencio.


A sala de hospital estava em silencio. Os médicos examinavam a magra e pálida menina deitada na cama. Já era rotina, ela não estava ali a pouco tempo. Em nenhum momento pareceu ter desistido. Como se fosse guiada por uma força mais forte do que qualquer um daquele lugar tinha. Talvez fosse a esperança, talvez fosse a vontade de viver, viver com ele. Talvez você o amor. 
- Acho que já pode desligar as máquinas. - ela disse com a voz rouca.
- Tem certeza?
- Sim, sim. Eu tenho certeza. Não agüento mais ficar aqui.
- Espere mais um pouco, logo você estará em casa com todos que ama.
- Não. Eu estou cansada de esperar, estou cansada da esperança e desse sentimento que me incomoda. Eu não quero voltar para casa, porque a pessoa que eu mais preciso não estará lá. Ela não estará em lugar nenhum. Ninguém nunca me pareceu o suficiente. E realmente não é. Eu não tenho mais nada para fazer aqui. Ou talvez eu nunca tenha tido. Estou cansada. Cansada desse nada. Então, por favor, tire-me daqui. Tire-me desta cama, deste lugar, deste corpo, desta vida. Eu sinceramente odeio aqui. E espero que a próxima vez que eu voltar o destino me dê mais surpresas. Ou me dê qualquer outra coisa, mas me dê, pois a vida vazia tem sido pior do que um coração em silencio. 
Era o final. A ultima vez que lágrimas caíam e escorriam até suas bochechas brancas. O médico a olhou com pena. Pena por estar desistindo. E não era preciso um adeus, uma carta para a família ou qualquer coisa clichê desse modo. Ela sabia que todos tinham a sua hora, e a dela tinha chegado como o de todos um dia chegarão. 
- Adeus, querida. 
Ela fechou os olhos. 

'Cause we are broken 
What must we do to restore 
Our innocence 
And all the promise we adored 
Give us life again 
'Cause we just wanna be whole 

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