segunda-feira, 23 de julho de 2012

Cores que não vejo

Não via as cores
Triste cidade preta e branca
de um degradê sem graça

Confuso por não saber
se o frio que sentia era da noite chegando
ou do coração que ainda insistia em bater

Só via as luzes
bailando
na sua janela

E se nunca mais vir o sol dourado num céu azul pela manhã?
E se nunca mais puder pintar uma aquarela?

E se for você chegando e eu achar que não passa de uma sombra
daquelas que me assombra
quando sinto tua falta?

E se não conseguir mais ser feliz
nem pintar o meu nariz
nem cheirar uma flor-de-lis
nem curar minha cicatriz
e ficar pra sempre assim, meio infeliz?

E se eu ficar pra sempre nesse vazio
cheio de cores
que não vejo?

terça-feira, 17 de julho de 2012


Faz um frio que deveria ser inexistente no dia de hoje e eu não deveria estar aqui. Acordei com chuva e embora essa seja uma das melhores sensações do mundo, preferia ver o sol brilhar forte hoje. Mas é quando o sol se esconde e enquanto toda a casa dorme, que os sentimentos começam a explodir e sinto vontade de jogar tudo aqui. Tenho ânsia de escrever. E como sempre, dói.
Tenho vontade de escrever uma história de amor, mas sinto medo. Sinto medo de me apegar ao que escrevo e viver uma história de amor também. Eu não gosto. O amor pra mim não é mais algo bonito que eu saio por aí procurando. Acho que ele acabou comigo e lá vou eu escrevendo essas coisas repetidas.


História sem amor e sem finais felizes

Não sei se é uma manhã de domingo ensolarada que vai curar meu coração. Talvez promessas e beijos e todas aquelas coisas que para a maioria seja o começo de uma nova linda história de amor apenas continue acabando comigo e faça-me ficar sem forças para continuar e pensando “será que é esse o meu final? O começo parecia tão lindo!” É isso que as promessas fazem.
Passei muito tempo sem sentir borboletas no estômago e elas estão voltando. Talvez seja algo estragado que eu comi. Pode ser algum novo tipo de dengue, também, já que ouvi dizer que o amor está no ar.
O fato é que coisas diferentes andam acontecendo e eu não sei se dá pra continuar assim. Desaprendi a lidar com as pessoas. Não tenho mais paciência para cartinhas de amor. Não sei mais ficar horas planejando uma lua-de-mel em Paris sabendo que isso não vai acontecer. Percebo que a única pessoa que consigo conviver por mais de 10 dias seguidos é minha mãe, e olhe lá. Fujo dos livros que tenham o título com algo relacionado a amor, e tenho medo de ler uma história que termine com “felizes para sempre”. Deve ser por isso que não consigo escrever uma história de amor. E nem sonhar com um final feliz, e nem com um para sempre. E daí a vida vai ficando vazia e fica difícil escrever uma história de amor quando você desaprende a amar ou sei lá o que aconteceu comigo, mas parece que não dá mais certo. E isso era pra ser uma história de amor, aliás, mas acabou assim: sem história, sem amor e sem felizes para sempre.  

sábado, 7 de julho de 2012

poema estrelar

estrelas
que já não trazem tantos sorrisos
tanta paz
e os sonhos de antes
trazem no máximo uma grande nostalgia
de brilhos passados.

estrelas
que brilham tão lindamente
nesta noite fria com cara de poema estrelar
mas que já não fazem meu coração
brilhar.

estrelas
tão distantes
como a tua lembrança
de mim.

estrelas
e eu, torcendo para a minha dor se apagar
quando a nostalgia sumir do céu escuro
torcendo para a minha dor ir embora
quando o Sol voltar a brilhar.