quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O dia em que ele se foi para nunca mais voltar

Ele disse que iria embora, que nunca voltaria. Afirmou algumas vezes que era melhor eu esquecê-lo logo, pois ele já o tinha feito. No começo, duvidei. Duvidei porque construímos algo muito forte, porque nos amamos, porque choramos e sorrimos juntos. Duvidei porque ele prometeu nunca me deixar, porque ele nunca se importou de vir em minha casa de madrugada só para me dar um beijo de boa noite, duvidei porque nunca consegui duvidar que era ele. Era pra ser ele.
Mas percebi que era tudo verdade quando ele me deixou cair no chão, quando ele não secou minhas lágrimas - que caiam descontroladamente. Entendi que realmente tinha acabado quando ele pegou algumas roupas que tinha deixado em minha casa e quando botou o nosso anel de compromisso em cima da mesa. "Isso aqui, não significa mais nada. Nada."
Entendi que ele nunca mais ia voltar quando bateu a porta e não olhou para trás quando falei seu nome a última vez caída na escada. "Entenda que não há mais nada entre nós. Nada. Não há nada seu em minha casa e nada meu aqui. Eu sou eu, você é você. Não há mais um nós. Apenas aceite isso e não venha atrás de mim, não irei parar mais um minuto da minha vida por você." Ele não iria mais voltar.
"Espero nunca mais me lembrar de nada disso. Espero esquecer seu rosto, seu cheiro e seu jeito. Não quero me lembrar da sua casa, nem do seu carro. Não quero me lembrar de você, mas, caso eu me lembre, saiba será só isso: uma lembrança. Você não possui mais nenhum sentimento meu."
Mas depois ainda, percebi que havia muito entre nós. Haviam muitas lembranças e nada poderia apagá-las. Eu sei que ele vai se lembrar, uma hora ele vai se lembrar. Compartiremos a mesma lembrança, juntos. Pois ele pensará as vezes, e eu pensarei o tempo todo, para sempre e sempre.

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