quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Realizando Sonhos



Letícia olhava para os lados, e nunca tinha se sentido assim: cada sorriso, cada olhar, cada palavra a deixava mais feliz. Eram eles, ela sabia que eram eles os melhores amigos que ela podia encontrar na vida. Com eles ela podia sorrir, chorar, rir, gritar, dançar, cantar, pular... Ela podia fazer tudo, que eles ainda estariam lá. E ela sabia que não ia achar amigos assim em qualquer lugar.
 Estavam todos dentro de casa, conversando, no computador, escutando música ou vendo TV. Mas, Ricardo chegou e interrompeu os seus pensamentos.
 - Eu amo-te.
 - Eu também.
 Era sempre assim. Cada vez que ela ouvia isso dele, cada vez que via ele, que eles se beijavam, abraçavam, ela se sentia completa, como se nada no mundo pudesse dar essa mesma sensação nela. E de repente, por um impulso, uma alegria, ou talvez a tristeza de perde-los, ela ligou para sua mãe:
 - Alô?
 - Oi filha. Tudo bem?
 - Mãe, eu quero ficar.
 - Ficar onde? - disse a mãe sem entender.
 - Eu quero ficar aqui.
 - Me explica direito minha filha.
 - Eu quero ficar aqui! Pra sempre! Eu não quero deixar meus amigos.
 - Letícia, tá ficando louca?
 - Não, eu só não quero deixar eles.
 - Conversa com o seu pai. - Sua mãe passou a ligação pra o pai, que atendeu sem entender direito o que estava acontecendo. - Alô?
 - Pai, me deixa ficar aqui pra sempre? Eu não quero voltar pro Brasil. Eu encontrei o lugar onde eu quero ficar pra sempre.
 - Letícia, quando você vir pra casa nós conversamos.
 - Não, porque você não vai concordar. Mas, eu preciso ficar. Meu momento agora é aqui.
 - Vem pra casa que conversamos.
 - Não! Eu quero ficar! Eu quero ficar com o meu namorado, com os meus amigos, as pessoas que me entendem, que me apóiam, eu não vou voltar. Só me promete que eu vou ficar aqui, que eu volto pra casa depois. Mas me promete, porque senão eu não volto nunca mais! Por favor, pai.
 - Eu prometo, pronto.
 - Brigada, pai. Brigada mesmo.
 - Tchau.
 Ela desligou o telefone e olhou para os amigos. Estavam todos olhando pra ela, com uma cara de felicidade, mas ao mesmo tempo achando aquilo estranho. Sua amiga, Alice, chegou, sentou do lado dela no sofá, e disse:
 - Não precisa ficar aqui só por nós, você tem uma vida lá.
 - Mas eu quero. Agora vocês são minha vida.
 - Você também é a nossa, mas não queremos que deixe seus amigos, sua família, sua escola, suas coisas, por nós.
 - Eu vou ficar. Eu amo vocês!
 - Nós também te amamos. Muito, best.
 Então Ricardo chegou mais perto e a abraçou. Sabe, ela sabia, a cada gesto, que ela queria lá pra sempre, e é isso que ela ia fazer. Lutar, pra realizar seus sonhos.

 #continua

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