quinta-feira, 5 de maio de 2011

Procurando a mim mesma

            Eu andava triste pela noite. Triste já não era a palavra, vazia, talvez. Já era de madrugada, mas nenhum momento o sono chegou perto de mim. Enquanto isso, eu lembrava das suas palavras amorosas e cuidadosas. “Você é tão linda, você é perfeita”. Não! Eu não podia mais chorar, eu não podia mais te querer. Eu não podia mais sentir. Te sentir. Como você pôde fazer isso? Já não há nada para perder tempo? Será que você não sabe que enganar alguém é tão pior quanto enganar a si mesmo? Porque eu poderia estar em qualquer lugar agora, mas por você, ou talvez por mim, eu estou à procura de algo que eu sei que não acharei aqui. Você, eu, nós. Eu sempre tive medo disso. Medo de ter alguém tão apenas para mim, ao ponto de me sentir sufocada. Sufocada de amor, trágico. O amor é uma coisa tão linda e tão esperada por todos, e mesmo assim pode chegar a um ponto que ninguém nunca deseja. Morrer de amor. Morrer por amor, até vai. Amor é uma coisa para ser vivida, não morrida. Mas enquanto as pessoas não entendem isso, elas continuam aí, fazendo as pessoas sofrerem. Um dia todos entenderão. Mas por enquanto, continuarei aqui sofrendo a perda de alguém. Ou mais, sofrendo a minha perda. Ver alguém indo embora, e ver que mais do que ele está indo embora de ti, mas, que você está indo embora com ele. Que o seu coração, que os seus sentimentos, todos sumiram. Bom, acho que é isso que eu estou fazendo aqui: procurando a mim mesma.

Um comentário:

  1. Quando alguém que habitou em nós se vai, leva-nos um pedaço do que sentimos e deixa no lugar o ban daid das interrogações.
    Abç

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