sábado, 5 de março de 2011

A unica pessoa que você realmente amou

 Enquanto  andava pela escola no meio da multidão, pensava em tudo o que pensava todos os dias. Ele. Eu já havia ficado com outros garotos... O que aconteceu entre nós já passou e isso faz tempo... E embora já tivesse sumido quase completamente da minha vida -estudávamos na mesma escola mas quando nos víamos fingíavamos que não nos conhecíamos-, não sumira da minha cabeça. Pensava e lembrava dele todos os dias.
 Por um momento parei de pensar em tudo aquilo pois vi que vinha alguém correndo muito rápido em minha direção, e quando achei que estava passando reto sem notar a minha presença, sem querer, esbarrou em mim e derrubou um caderno que estava que eu estava carregando. 
 -Desculpa, desculpa! -disse.
 Reconheci a voz e rapidamente me virei para ver o seu rosto. Era ele.
 -Priscila! -disse quando me viu, sorrindo.
 -Oi... -falei envergonhada. Ele pegou o meu caderno do chão, e me deu um abraço. Fiquei cada vez mais sem graça. Peguei o caderno de dua mão e quando estava indo embora ele resolveu puxar assunto:
 -E então, como anda a vida?
 -Normal -respondi.
 -Sei... A minha vai bem também -disse como resposta pela pergunta que não fiz. 
 Passou alguns segundos sem falar nada e então disse:
 -É... Namorando muito?-parecia um pouco tímido.
 -Sim, e você?-eu disse. "Sim"? Eu não estava namorando nada! Menti porque não aguentaria dizer que não para então ouvir ele dizendo que saiu ontem e ficou com um monte de garotas. Pois eu sei muito bem que ele diria isso. Em meio aos meus pensamentos olhei para ele e lembrei que não tinha ouvido a sua resposta. Esperei mais alguns instantes e quando ia perguntar de novo vi que seus olhos estavam cheios de água.
 -Você está bem, Marcos?-perguntei
 -Sim... Eu estou bem -disse ele, se recompondo. Vi que estava magoado, não sei se pelo fato de eu ter dito que estava namorando muito, mas o chamei para almoçar comigo na escola. Ele aceitou. Fizemos o prato e fomos comer no jardim da escola como sempre fazíamos antes. Conversamos sobre diversas coisas, ele parecia feliz mas eu estava tão feliz quanto ele. Quanto terminamos de comer, por um momento o silêncio tomou conta do espaço em que estávamos e ele disse: 
 -Pri, é verdade que você tem namorado muito?-com um jeito um pouco triste e ao mesmo tempo envergonhado.
 -Mais ou menos... -disse- E você?
 -Eu só queria que você dissesse que eu fui a unica pessoa que você realmente amou. -ele disse, de repente. Olhei para os seus olhos e vi que algumas lágrimas escorriam pelo seu rosto. Seus olhos cor de mel ficavam mais e mais claros quando ele chorava. E foi só olhar para aqueles olhos que comecei a chorar também. Já não sabia o que dizer, eu sabia que ele tinha sido e talvez sempre será a unica pessoa que eu realmente amei mas não sabia como dizer. Porque eu tinha a impressão que ele sentia o mesmo, e talvez ele só não dissesse, pois não era possível descrever em palavras.

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