quinta-feira, 10 de maio de 2012

Visitas (in)esperadas

A campainha tocou.
Guardei a caixinha de lembranças na estante e pensei “meu deus, e se for ele?”.  Fiquei sem ar por alguns instantes.
Olhei algumas três blusas até encontrar a que era mais propícia para a sua volta. Me olhei no espelho rapidamente e tentei arrumar o cabelo. Desisti. De qualquer forma, se você voltou é porque me ama mesmo com cabelo desarrumado.
Andei pelo corredor apressada, porém devagar, me perdendo nas nossas lembranças e tentando pensar quantas vezes pedi por este momento. Tropecei algumas vezes e a cada passo me sentia mais perto do paraíso.
A escada que eu tinha medo de descer na infância parecia um obstáculo pequeno perto de todos que eu tinha enfrentado por você. Desci rapidamente, quase gritando “já vai, amor!”. Meu deus, eu amo você.
Procurei a chave dentro da bolsa e em cima da mesa, mas não estava lá. Bom, eu te esperei um bom tempo, não vejo problema em você me esperar por uns 5 minutos.
Logo em seguida encontrei a chave no sofá, segurei-a por alguns instantes pensando “essa é literalmente a chave que vai abrir a felicidade!” e andei ate a porta mais sorridente que nunca.
Abri a porta lentamente falando “finalmente você voltou!”. Uma pizza apareceu diante de mim. Fiquei paralisada por alguns instantes, sem reação. “Foi aqui que pediu pizza, não foi?”
“Foi. Mas também não quero mais!”, pensei. Fechei a porta na cara dele e chorei desesperadamente por alguns minutos.
Estou ficando louca! Você nem tem meu endereço.  

9 comentários:

  1. LINDO! (apesar de falar que todos são, mas meu deus menina, tu escreves perfeitamente bem!)E olha, esse realmente é perfeito!

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  2. Pior que isso já me aconteceu algumas vezes. É uma droga, porque mesmo que nossas expectativas sejam tão estúpidas e impossíveis, por um breve momento acreditamos nelas, e aí já era. Muito legal esse texto, adorei.

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  3. Ai ai ai.. (onomatopéia de suspiros)

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