Já faziam 5 minutos que o silêncio era a unica coisa que podíamos ouvir. Eu pensava em tudo o que já tinha acontecido comigo nesta nova cidade: quase nada. Quando cheguei me surpreendi um pouco com a bela cidade de interior. Haviam rosas por toda a cidade e as pessoas eram simpáticas e felizes. Minha casa era tão linda quanto eu podia imaginar: grande e alaranjada. As janelas eram de madeira, o que lhe dava um aspecto velho. Na varanda, uma rede azul claro. Perfeito. Perfeito para as minhas tardes inteiras de leitura. Era o que eu mais gostava de fazer. Me perder em livros e mais livros, em histórias de amor, mesmo que eu já não acreditasse mais em um amor verdadeiro. Não para mim, não aconteceria comigo. Não nasci para isso, era o meu consolo.
Embora a cidade fosse linda e as pessoas encantadoras, resolvi ficar apenas comigo mesma. Não sabia porque, mas sentia que era o melhor para mim. Na escola, andava apenas com a minha mochila e o livro que eu estava lendo. Bastava. Bastou, até que um dia, com um toque leve no ombro, alguém veio falar comigo. Era um menino, com olhos intensos e um pouco mais alto que eu. Sorria para mim como se já nos conhecêssemos. Sorri tímida para ele, que se ofereceu para passar o intervalo comigo. Simples, mas encantador. Conversamos bastante e me surpreendi: ele adorava ler, gostava das mesmas bandas e músicas que eu. O adorei. Me encantei. Mas nada em excesso. Nada extravagante, não queria que ele percebesse. Infeliz ou felizmente, ele percebeu. Me chamou para sair.
Não pensei em outra coisa nos três dias que se passaram até o dia que iríamos sair. Todos os dias nos olhávamos e sorríamos um para o outro na escola. Troquei os livros por sonhos de como seria aquela noite. Sem querer. Eu já não estava me reconhecendo. Mas e daí? Talvez eu tivesse que dar mais uma chance ao mundo, e principalmente a mim mesma. E foi isso que eu fiz: nos encontramos em um restaurante de comida japonesa super charmoso que ficava perto da praça principal da cidade. Jantamos, conversamos sobre diversos assuntos, rimos. Como eu nunca tinha rido antes. Ou tinha, mas preferia esquecer. Depois, ele me levou em um lugar surpresa. Subimos um pequeno morro à pé cantando nossas bandas preferidas. E quando chegamos lá em cima, mágico. Mágico o que estou vivendo agora. Finalmente cheguei onde mais queria em meus pensamentos: o presente. Agora, eu e ele. E o silêncio. Víamos a cidade toda de cima, a lua e as estrelas.
"Alguma vez você já se apaixonou?" ele perguntou. "Você já?" eu disse. "Não sei, talvez... Bom, e se eu dissesse que estou vivenciando o meu primeiro amor?" eu ri. "Quem é a sortuda?"
Ele me amava. Eu sabia. Eu também. Mas nada em excesso. Nada extravagante, não queria que ele percebesse... Mas agora já era tarde demais.
Novamente o silêncio se foi com o som do toque dos lábios.
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- Impossível
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